MADRI, 12 de mar de 2005 às 21:02
Diante de uma grande quantidade de autoridades cíveis e militares, familiares dos falecidos y uma multidão de fiéis presentes esta tarde, na Catedral de La Almudena para participar na Missa pelas vítimas do 11-M, o Arcebispo de Madri, Cardeal Antônio Maria Rouco Varela, assegurou que o terrorismo “nunca terá a última palavra” e exortou a todos a “vencer o mal com o bem”.
Durante a Eucaristia concelebrada pelo Núncio Apostólico na Espanha, Dom Manuel Monteiro, o Presidente da Conferência Episcopal Espanhola, Dom Ricardo Blázquez Pérez, e mais de veinte bispos, o Cardeal Rouco convidou a “olhar” pelo consolo “espiritual e material” das vítimas e suas famílias.
Na sua homilia, o Purpurado explicou que “a cruz de Cristo tinha se feito presente de um modo inexplicável, absurdo e trágico nos terríveis atentados terroristas que sacudiram a consciência da nossa cidade e do mundo inteiro, nos deixando com a impressão espiritual de ter sido provados no crisol”.
O Cardeal destacou o “sacrifício” das 192 vítimas e o sofrimento dos seus familiares, desejando a “paz no coração de todos os que vivirão sempre este drama”. Depois de fazer alusão à morte de Cristo, assegurou que a “morte não é a última realidade da vida humana”.
Durante a Missa, na qual assistiram todos os membros da Família Real, o presidente do Governo e outras altas autoridades da sociedade civil, o Arcebispo condenou a “ação criminal” dos terroristas que matou “inocentes” que agora “estão nas mãos de Deus” e que “disfrutam da vida eterna”.
O Purpurado animou e convidou aos familiares à esperança afirmando que a “escuridão e a tristeza não perduram” que o homem “não está feito para a morte, mas para a vida”, destacando a espontaneidade e solidariedade da sociedade espanhola, independentemente de seu credo, na resposta aos atentados.
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A última palavra
Ao condenar o terrorismo, o Cardeal fez alusão ao último livro do Papa João Paulo II, “Memória e Identidade”, quando o Pontífice fala sobre as “ideologias do mal” e anota entre elas “as teorias contemporâneas que pretendem justificar e/ou explicar o terrorismo atual, encobrindo o ódio que as alimenta”.
Mais adiante, numa celebração marcada pelo silêncio, a emoção e as lágrimas, o Arcebispo de Madri exigiu a “erradicação definitva” do terrorismo, assegurando que éste “não tem nem terá nunca a última palavra” na vida dos povos, fora e dentro da Espanha. “Não te deixes vencer pelo mal, vence o mal com o bem”, exortou.
A última palavra será a da “justiça solidária, o amor misericordioso, a esperança que nunca defrauda e a da paz verdadeira” que “é a dos homens que ama o Senhor”, disse o Purpurado ante uma comovida audiência.
“Florecerá certamente ao final deste longo caminho a vitória sobre o terrorismo. Que Deus nos abençoe a todos nos nobres e imprescindíveis empenhos de toda a sociedade e na erradicação definitiva do terrorismo. Que Deus abençoe a Espanha e ao mundo”, conclui o Cardeal.