O japonês Shinya Yamanaka e o britânico John Gourdon obtiveram o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia de 2012 por terem descoberto que as células especializadas amadurecidas podem ser reprogramadas para converter-se em células capazes de desenvolver-se em qualquer tipo de tecido do corpo.

Um descobertas que "revolucionou nossos conhecimentos sobre como se desenvolvem as células e os organismos" e que ajudou a melhorar o estudo das enfermidades e a desenvolver novos "métodos de diagnose e terapia", informou esta segunda-feira, 8 de outubro, a Assembléia Nobel do Instituto Karolinska.

Sir John B. Gourdon nasceu em 1933 em Dippenhall (Reino Unido). Depois de doutorar-se na Universidade de Oxford em 1960 e fazer o pós-doutorado no Instituto de Tecnologia de Califórnia (Estados Unidos), incorporou-se à Universidade britânica de Cambridge em 1972, onde exerceu o cargo de professor de Biologia Celular. Atualmente pertence ao Gourdon Institute de Cambridge.

Por sua parte, Shinya Yamanaka nasceu em Osaka (Japão) em 1962. Depois de formar-se como cirurgião ortopédico na Universidade de Kobe, exerce atualmente o cargo de  professor na Universidade de Tóquio.

Segundo o comunicado do Instituto Karolinska, Gourdon descobriu em 1962 que a especialização de células é reversível. Esse ano, o cientista britânico substituiu o núcleo de uma célula não-amadurecida do ovo de uma rã pelo núcleo de uma célula intestinal amadurecida do animal, resultando em um ovo modificado que acabou eclosionando em um girino normal.

Esse descobertas lhe permitiram chegar à conclusão de que "o DNA da célula amadurecida ainda tinha toda a informação necessária para desenvolver todas as células na rã".

Por sua parte, Shinya Yamanaka descobriu mais de quarenta anos depois, em 2006, que as células amadurecidas intactas de um camundongo podiam ser reprogramadas para converter-se em células não-amadurecidas.

Para sua surpresa, comprovou sua teoria introduzindo alguns gens para reprogramar as células amadurecidas até convertê-las nas chamadas "células pluripotentes", nome com o qual se conhece as células não-amadurecidas com capacidade para desenvolver-se em distintos tipos de tecido do organismo.

Estas descobertass "mudaram totalmente nossos pontos de vista sobre o desenvolvimento e a especialização celular" e demonstraram "que as células amadurecidas não têm por quê ficar confinadas para sempre em seu estado especializado", afirmou o comunicado do Comitê Nobel.

Graças à reprogramação das células humanas, "os cientistas criaram novas oportunidades para estudar enfermidades e para desenvolver métodos de diagnose e terapia", acrescentou o texto.

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