Na tradicional Audiência Geral das quartas-feiras deste 10 de outubro o Papa Bento XVI afirmou que os documentos do Concílio Vaticano II são "uma bússola que permitem que a nave da Igreja navegue em mar aberto, em meio a tempestades ou na calma com a certeza de chegar à meta".

Diante de cerca de 40 mil fiéis reunidos na Praça de São Pedro e na véspera do início do Ano da Fé convocado por ocasião do 50º aniversário do Concílio, o Santo Padre disse em espanhol que "devemos aprender as lições mais simples e fundamentais do Concílio, ou seja: que o cristianismo em sua essência consiste na fé em Deus e no encontro com Cristo, que orienta e guia a vida".

"A coisa importante hoje, próprio como era no desejo dos Padres conciliares, é que se veja – de novo, com clareza – que Deus é presente, nos interessa, nos responde. E que, no entanto, quando falta fé em Deus, cai o que é essencial, porque o homem perde a sua dignidade profunda e o que o torna grande sua humanidade, contra cada reducionismo", destacou Bento XVI.

O Papa ressaltou logo que "o Concílio nos recorda que a Igreja, em todos os seus componentes, tem a tarefa de transmitir a palavra de amor do Deus que salva, para que seja ouvida e acolhida a chamada divina que contêm em si nossa felicidade eterna".

O Concílio Vaticano II, precisou, "um forte apelo para redescobrir a cada dia a beleza de nossa fé, a conhecê-la profundamente para uma relação mais intensa com o Senhor, a viver até o fundo nossa vocação cristã".

Em sua catequese o Sumo Pontífice recordou que ele também participou como perito no Concílio, quando era professor de teologia fundamental da universidade de Bonn (Alemanha).

Ali, recordou, "pude ver uma Igreja viva – quase três mil Padres conciliares de todas as partes do mundo reunidos sob a orientação do Sucessor do Apóstolo Pedro – que se coloca na escola do Espírito Santo, o verdadeiro motor do Concílio".

Na história da Igreja, vários concílios precederam o Vaticano II: Niceia, Éfeso, Calcedonia, Trento, mas, por regra geral, foram convocados para definir elementos fundamentais da fé, e corrigir, sobre tudo, os erros que a colocavam em perigo.

Este não foi o caso do Vaticano II porque naquele então "não havia erros particulares de fé para corrigir ou condenar, nem houve questões específicas de doutrina ou de disciplina a serem esclarecidas”.

“Pode-se compreender então a surpresa do pequeno grupo de cardeais presentes na sala capitular do mosteiro beneditino em São Paulo Fora dos Muros, quando, em 25 de janeiro de 1959, o Beato João XXIII anunciou o Sínodo diocesano em Roma e o Concílio para a Igreja Universal”, recordou também o Papa.

“A primeira questão que se colocou na preparação deste grande evento foi o próprio modo de começá-lo, quais tarefas atribuir-lhe. O Beato João XXIII, no discurso de abertura, em 11 de outubro há 50 anos, deu uma indicação geral: a fé devia falar de modo “renovado”, mais incisivo – porque o mundo estava mundando rapidamente – mantendo porém intactos os seus conteúdos perenes, sem falhas ou compromissos. O Papa desejava que a Igreja refletisse sobre a sua fé, sua verdade que a guia.
Bento XVI indicou que "nós vemos como o tempo em que vivemos continua a ser marcado pelo esquecimento e surdez a Deus. Penso, então, que precisamos aprender a lição mais simples e mais fundamental do Concílio e isso é que o Cristianismo na sua essência consiste na fé em Deus, que é Amor trinitário, e no encontro pessoal e comunitário com Cristo, que orienta e conduz a vida. Tudo o mais é conseqüência".

O Papa ao final do seu discurso disse também que "o Concílio Vaticano II é para nós um forte apelo para redescobrir a cada dia a beleza de nossa fé, a conhecê-la profundamente para uma relação mais intensa com o Senhor, a viver até o fundo nossa vocação cristã.

“A Virgem Maria, Mãe de Cristo e de toda a Igreja, nos ajude a realizar e a cumprir o que os Padres Conciliares, animados pelo Espírito Santo, guardavam no coração: o desejo que todos possam conhecer o Evangelho e encontrar o Senhor Jesus como caminho, verdade e vida", concluiu.

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