RIO DE JANEIRO, 14 de mar de 2005 às 11:21
Os católicos brasileiros podem opor-se a uma provável reeleição do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, se este autorizar à rede pública de saúde ampliar a realização de abortos, assegurou hoje um membro do Episcopado.
O presidente da Comissão Episcopal Vida e Família e Bispo de Nova Friburgo, Dom Rafael Llano Cifuentes, manifestou sua grave preocupação porque em breve o Poder Executivo possa facilitar mais os abortos no país.
Os brasileiros esperam eleger a um novo presidente em outubro de 2006 e a atual legislação permite ao mandatário disputar um segundo e último mandato consecutivo.
Segundo o presidente do Senado, Renan Calheiros, o presidente Lula manifestou ontem que procurará o apoio de outras forças políticas para fazer que o Partido dos Trabalhadores, que lidera, mantenha-se no poder.
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Dom Llano Cifuentes indicou que, Lula ficou preocupado depois da conversação e lhe assegurou que se opõe ao aborto . Entretanto, o Bispo indicou que o presidente é, ao menos, incoerente, já que a semana passada o Ministério de Saúde decidiu que será mais flexível com as mulheres que queiram abortar.
Até no domingo passado no Brasil, as futuras mães só podiam solicitar o aborto se representava um sério risco de vida para a mãe ou se antes justificavam ante as autoridades policiais ter sido vítimas de estupro. Atualmente, já não é necessário provar diante da lei que realmente houve tal violação, bastando a declaração da suposta vítima.
Já que a lei nacional proibe o aborto, exceto quando a gestante corra risco de morte, o caso de estupro supõe uma brecha legal, por isso o governo decidiu anunciar uma mudança na legislação.