O Presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, Cardeal Peter Turkson, pediu desculpas por projetar o vídeo "Demografia muçulmana" (Muslim Demographics) durante o Sínodo dos Bispos e que desatou uma polêmica nos meios de comunicação.

"Nunca quis chamar os cristãos às armas. Peço desculpas sinceramente. Nunca quis fazê-lo", expressou o Cardeal nesta quarta-feira em um dos momentos de livre discussão do Sínodo dos Bispos, conforme informou o Pe. Thomas Rosica.

No sábado passado, em uma intervenção livre –chamadas assim porque não são entregadas com antecipação– o Cardeal Turkson apresentou um vídeo posto anonimamente no Youtube em 2009.

Com mais de 13 milhões de visitas, o vídeo questiona o crescimento demográfico dos muçulmanos em vários países da Europa e vaticina que "em 39 anos, a França será uma república islâmica" e que "o Islã vai superar a Cristandade, a menos que os cristãos reconheçam esta realidade demográfica, comecem outra vez a reproduzir-se e compartilhem o Evangelho com os muçulmanos".

O porta-voz do Sínodo em espanhol, Pe. José María Gil Tamayo, explicou que o vídeo "compara o índice de natalidade dos cristãos e dos muçulmanos e seu contexto é sobre a baixa natalidade e como este fato afeta a família" e ressaltou que "o tema é contra a cultura da contracepção e não contra os muçulmanos".

Entretanto, indicou que uns três padres sinodais assinalaram que estes dados "não estavam de acordo com os que eles tinham". "Embora o tema tenha tido repercussão nos meios espero que não distraia do tema central que é a nova evangelização e a transmissão da fé", acrescentou.

Por sua parte, o Pe. Rosica, disse que o Cardeal não explicou "por que mostrou o vídeo", mas pediu sérias desculpas pelo mesmo.

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