VATICANO, 14 de mar de 2005 às 13:25
O retiro das vias de alimentação de Terri Schindler-Schiavo seria um caso de “eutanásia direta”, segundo Dom. Elio Sgreccia, Presidente da Pontifícia Academia para a Vida, em uma entrevista concedida ao programa One O Five Live da Rádio Vaticano.
Segundo o Prelado, Terri “deve ser considerada como um ser humano vivo, seus direitos devem ser respeitados e defendidos; sem importar sua condição”. Se referiu também à decisão da Corte como “ilícita”, já que esta permitirá ao marido de Terri, Michael, retirar-lhe as vias de alimentação nesta sexta-feira 18 de março.
"O retiro das vias de alimentação nas condições em que se encontra Terri, deve ser considerado como ‘eutanásia direta’, dado que são (as vias) a maneira em que Terri pode alimentar-se e hidratar-se”, afirmou Dom. Sgreccia.
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“Até onde sabemos, proibir a alguém o acesso à água e comida é o mesmo que matar a uma pessoa. Sentimos que é nosso dever afirmar que tal decisão atenta contra os direitos de Terri e por essa razão constitui um abuso de autoridade jurídica”, indicou.
O Bispo admitiu que é incomum que a Pontifícia Academia para a Vida intervenha em casos específicos, mas o caso de Terri Schindler-Schiavo vai além de situações individuais dado seu caráter exemplar e a importância que os meios lhe atribuíram corretamente”. Do mesmo modo, mencionou que o silêncio, neste caso, “tivesse sido interpretado como aprovação”.
Dom. Sgreccia advertiu que se chegarem a retirar as vias de alimentação, criaria-se um precedente jurídico nos Estados Unidos, causando “graves conseqüências” para outras pessoas em situações similares nesse e em outros países.