WASHINGTON DC, 29 de out de 2012 às 13:43
O protagonista da saga Batman, o britânico Christian Bale, apresentou um prêmio pela defesa dos direitos humanos ao ativista pró-vida Chen Guangcheng por seu trabalho na luta contra os abortos forçados na China, e disse que sua tarefa é própria de um homem valente que inspira outras pessoas.
Na terça-feira passada, dia 25 de outubro, durante um jantar realizado em Nova Iorque (Estados Unidos), Bale entregou a Chen Guancheng o prêmio da organização Human Rights First, uma entidade com sede nesse país que batalha pela defesa dos direitos humanos no mundo.
Ao apresentar o galardão, Christian Bale destacou o trabalho do ativista pró-vida em nome das mulheres e dos não nascidos que estão sujeitos à política do filho único na China: “um programa de abortos forçados significa que as mulheres são tiradas de suas casas contra sua vontade. São obrigadas a abortar, algumas vezes em estágio avançando de gravidez. Imaginem isso. Algumas inclusivo morrem no processo”, disse o ator.
Referindo-se a estes abortos como “um verdadeiro horror”, o famosos artista afirmou ainda que neste “mundo insano”, Chen saiu em defesa das mulheres vivendo e promovendo “valores simples, valentes e universalmente admirados”.
“Por esta razão este homem foi encarcerado e golpeado por mais de quatro anos”, recordou Bale.
À sua vez, Chen, que ademais é portador de deficiência visual, acredeceu pelo prêmio e comentou: “acredito que se todos no mundo colocassem os direitos humanos em primeiro lugar, viveríamos em um mundo completamente diferente. Este não é só um prêmio para mim, mas sinto que aqui represento todos aqueles que vivem em países que não são democráticos”.
A noite de 25 de outubro foi a primeira vez que Bale se encontrou com o Chen. O ator já tinha tentado visitá-lo enquanto durante sua prisão domiciliar mas os guardas do governo chinês impediram o ingresso.
Chen que ficou cego durante a sua juventude, é um defensor e promotor dos direitos humanos que denunciou os horrores da política do filho único na China, falando abertamente dos abortos e das esterilizações forçadas que se praticam no país.
Depois de quatro anos de prisão, foi colocado em prisão domiciliar em setembro de 2010. Ele e sua família foram retidos sem cargos formais, foi golpeado e impedido de receber tratamento médico.
Em abril deste ano conseguiu escapar da detenção domiciliar, chamando a atenção da imprensa mundial, e se dirigiu à embaixada dos Estados Unidos.
Ele deixou a embaixada para ir a um hospital de Beijing no dia 2 de maio, logo depois que o governo lhe prometesse que ele e sua família estariam a salvo. Entretanto, o ativista expressou seus temores ante a oferta do governo comunista e pôde viajar aos Estados Unidos no dia 19 do mesmo mês. Atualmente estuda direito e inglês na escola de leis da New York University. Ele se encontra nos Estados Unidos junto com a sua família.