MEDELIM, 30 de out de 2012 às 10:54
Um segundo milagre confirmado no dia 14 de junho deste ano pelos médicos convocados pela Congregação para as Causas dos Santos no Vaticano poderia ser o passo decisivo para que a beata colombiana Laura de Jesus Montoya Upegui, seja canonizada em abril de 2014.
Segundo informa o jornal colombiano El Tiempo, para o anúncio da canonização da beata colombiana só falta que as autoridades vaticanas, no próximo 10 de dezembro, validem o milagre constatado pelos cientistas através de um decreto que deverá ser aprovado em seguida pelo Papa.
O milagre realizado por intercessão da até agora beata foi a cura de um médico que se encontrava convalescente e que, afligido por uma espécie de lupus, dano renal e uma atrofia muscular. Ele encomendou-se uma noite à Madre Laura e amanheceu completamente curado.
Essa noite, segundo o relato do Dr. Carlos Eduardo Restrepo ao jornal colombiano, ele rezou: “Madre Laura, se você me tirar desta, eu me encarrego de contar ao mundo inteiro o seu milagre para que você seja elevada aos altares’".
"Tenho uma lacuna. Não sei se tive uma experiência extracorpórea ou se imaginei, ou se foi o subconsciente, mas quando me encomendei à beata senti uma paz maravilhosa", afirmou.
O médico curado pela intercessão da beata colombiana disse ainda que "quando você sabe que não tem nenhuma chance e ainda assim fica curado, então isso é um milagre", assinalou.
Ir. Aída Orobio, atual superiora da Congregação das Irmãs Missionárias de Maria Imaculada e Santa Catarina de Siena (conhecidas como Missionárias de Maria), fundada pela Beata Laura Montoya, assinalou que "nem aqui, em sua terra natal, as pessoas chegam a ter noção do valente e maravilhosa que foi esta mulher".
"Em uma época em que a mulher devia estar ao lado do homem, Laura se atreveu a seguir o chamado de Deus, apesar de ser chamada de louca", assinalou.
A conversão da beata, que trabalhava como educadora, conforme conta Aída Orobio, começou com seu encontro com um grupo de indígenas que sofriam diversos abusos e acreditavam não ter alma.
"Como é possível que vivam em tal marginalização e afastados de Deus, se são tão colombianos como qualquer outro e foram os primeiros habitantes destas terras", perguntava-se.
Eventualmente se mudou ao interior da selva colombiana, e começou a viver e a evangelizar os indígenas, apesar das dificuldades e ataques que sofreu pelos latifundiários da região.
A Beata Laura Montoya faleceu no dia 21 de outubro de 1949, no lugar que hoje se converteu em museu e convento na cidade colombiana de Medellín. A congregação de religiosas que fundou se estendeu pela África, América e Europa.
Em seus últimos dias, "tinha um grande senso de humor”. “Burlava-se santamente de tudo, sobre tudo dela mesma. Quando iam visitá-la, dizia: ‘Venham conhecer o monstro'".
Madre Laura teve uma dura enfermidade e chegou a pesar cerca de 150 quilogramas. A beata teve uma inchação em todo o corpo, particularmente nas pernas, e mesmo no sofrimento não perdia seu bom humor.