SANTIAGO, 31 de out de 2012 às 10:21
Um grupo de pais chilenos promove com êxito há alguns anos um "Halloween branco", como uma forma positiva de celebrar a véspera da Solenidade de Todos os Santos e não os valores negativos que difundidos cada 31 de outubro.
O casal José Miguel Carafi e Maria Cecilia Lasso, pais de cinco filhos, são os principais promotores da celebração na sua paróquia, em Santiago do Chile.
A celebração de bons valores, em contraposição à festa comercial do Halloween "já está estabelecida e muitas famílias participam com disfarces positivos e celebram com respeito e alegria", assinalou José Miguel, de 55 anos.
Em uma entrevista realizada pela Arquidiocese de Santiago do Chile, José Miguel Carafi remarcou que "Halloween vem do antigo inglês ‘all hallows eve’, que significa véspera de todos os Santos, por isso propomos uma forma mais autêntica de celebrar, aplicando mudanças na estética e na atitude" no dia anterior à Solenidade de Todos os Santos que a Igreja celebra em 1 de novembro.
"O elemento estético é evidentemente negativo: bruxas, demônios, vampiros e monstros. Não são figuras admiráveis ou positivas, mas são justamente o contrário", indicou.
Por isso, disse o pai de família, "figuras mais inocentes, como fadas, super-heróis ou algo tão simples como um bombeiro mantêm o elemento do disfarce sem promover imagens negativas".
"O tema não é somente exterior, o que ocorre é que o que se disfarça de mau, sente que deve atuar como tal", advertiu.
Carafi também criticou o uso da "chantagem implícita no ‘doce ou travessura’".
"Não é bom que as crianças usem a ameaça de vandalismo para exigir doces a seus vizinhos. Mais que o tema estético, esta é a mudança mais importante para tirar a má influência do Halloween".
Embora, indicou que a associação com a morte ao celebrar o dia dos Fiéis Defuntos em 2 de novembro, quando tradicionalmente se visita os túmulos dos seres queridos, não é necessariamente má, "o enfoque morboso nos aspectos tétricos da morte, como o sangue, os ossos e outros detalhes não podem superar a crença de um lugar melhor depois da morte e a mensagem de esperança predicada por Cristo".
"Quanto às brincadeiras pesadas, é nosso objetivo mudar a imagem da chantagem detrás desta atitude por algo mais positivo. Por exemplo, que as crianças deem algo em troca dos doces, agradecer com alguma coisa que não seja o ovo jogado na janela como, por exemplo, com um canto, poesia ou um mini show", disse.
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Carafi assinalou que a noite de 31 de outubro "para os cristãos é uma oportunidade de recordar a todos nosso Santos".
"Não há nada de errado em celebrar em família, disfarçar-se e sair para pedir doces. É uma oportunidade de ensinar a nossos filhos a gratidão e o respeito pelos outros e, além disso, eles conhecem melhor a seus vizinhos", indicou.
O pai de família assinalou que a intenção deste Halloween branco "não é eliminar os elementos positivos da celebração. É uma oportunidade para que as crianças o celebrem melhor e acho que proibir que nossos filhos participem não é o melhor caminho para mudar a imagem do Halloween por uma mais positiva".
Para que as crianças possam aprender bons valores nesta data, é necessário tomar cuidado para que elas "não cometam as mal chamadas ‘travessuras’, que é na verdade uma tentativa de dar um nome terno aos atos de vandalismo e chantagem", advertiu.
"Também é importante estar atentos para não incomodar àqueles que não queiram participar e ser generosos e agradecidos com todos os que encontrem", disse.
José Miguel Carafi sublinhou que esta data deve ser valorizada, pois "celebrar os Santos é celebrar as vidas heroicas dedicadas a Deus. O valor, dedicação e esforço destes homens e mulheres exemplares são muito significativos em uma sociedade tão banal e materialista".
"Além disso, os temas de generosidade e hospitalidade da entrega de doces e o vínculo que se cria entre vizinhos ao sair todos juntos, também são valiosas lições para crianças e jovens, sempre tentados pelo egocentrismo e pela competitividade", acrescentou.
Para poder reconhecer os que querem participar da celebração, mas desde suas casas, na paróquia promovem que coloquem "um sinal (um pano ou uma bola de encher branca) na porta. Desta maneira, aqueles que não queiram participar não são incomodados".
"No caso de que as crianças toquem a porta mesmo assim, a melhor forma de comunicar-lhes que não estão participando da celebração é explicar-lhes de forma clara. Ignorar as crianças ou responder-lhes mal é uma boa forma de incentivá-los a que façam travessuras", indicou.
José Miguel Carafi e Maria Cecilia Lasso pertencem à paróquia São Alberto Furtado e ao movimento Regnum Christi.