Vaticano, 5 de nov de 2012 às 10:24
O Papa Bento XVI, assegurou ontem em suas palavras prévias à oração do Ângelus na Praça de São Pedro, que o amor a Deus e ao próximo são inseparáveis, e que "a Pessoa própria de Jesus e todo o seu mistério encarnam a unidade do amor a Deus e ao próximo, como os dois braços da Cruz, vertical e horizontal".
O Santo Padre disse que "Jesus não inventou nem um nem outro, mas revelou que eles são, no fundo, um único mandamento, e o fez não somente com a palavra, mas, sobretudo, com o testemunho".
"Na Eucaristia ele nos doa este duplo amor, doando-se a si mesmo a nós, para que, nutridos deste Pão, nos amemos uns aos outros como Ele nos amou".
O Papa assinalou que os Santos, que foram celebrados recentemente "em uma única festa solene, são propriamente aqueles que, confiando na Graça de Deus, procuram viver segundo esta lei fundamental" do amor a Deus e ao próximo.
"De fato, o mandamento do amor, pode colocá-lo em prática plenamente quem vive uma relação profunda com Deus, assim como a criança se torna capaz de amar a partir de uma boa relação com a mãe e o pai".
Bento XVI destacou que "Antes de ser um mandamento, o amor é um dom, uma realidade que Deus nos faz conhecer e experimentar, de modo que, como uma semente, possa germinar também dentro de nós e desenvolver-se em nossa vida".
"Se o amor de Deus colocou raízes profundas em uma pessoa, esta é capaz de amar também aquele que não o merece, como faz Deus para nós".
O Papa indicou que "O pai e a mãe não amam os filhos somente quando eles merecem: os amam sempre, também se naturalmente fazem eles compreenderem quando erram".
"De Deus nós aprendemos a querer sempre e somente o bem e nunca o mal. Aprendemos a olhar para o outro não somente com os nossos olhos, mas com os olhos de Deus, que é olhar de Jesus Cristo".
Esse olhar, disse o Papa, "vem do coração e não para na superfície, vai além das aparências e capta os anseios mais profundos do outro: de ser ouvido, de uma atenção gratuita; em uma palavra: de amor".
"Mas se verifica também o caminho inverso: que me abrindo ao outro como ele é, andando ao seu encontro, fazendo-me disponível, eu me abro também a conhecer Deus, a sentir que Ele existe e é bom".