Vaticano, 21 de nov de 2012 às 15:20
O Papa Bento XVI chamou israelenses e palestinos a procurarem uma solução que leve à paz e à reconciliação ante o conflito que há vários dias aflige a Franja da Gaza, onde 145 pessoas morreram, entre elas 31 crianças, e outras centenas resultaram feridas.
Na audiência geral desta quarta-feira no Vaticano, o Santo Padre disse:
"Acompanho com grave preocupação o agravar-se da violência entre israelenses e palestinos da Faixa de Gaza”.
“Além disso, encorajo as iniciativas e os esforços daqueles que estão buscando obter uma trégua e promover a negociação. Exorto também as autoridades de ambas as partes a adotarem decisões corajosas em favor da paz e a colocarem fim a um conflito com repercussões negativas em toda a região médio-oriental, martirizada por demasiados confrontos e necessitada de paz e de reconciliação", afirmou Bento XVI.
Durante a semana, não cessaram os ataques aéreos israelenses sobre Gaza no chamado "Pilar Defensivo" e os foguetes do exército do grupo palestino Hamas sobre território israelense.
Até o momento, 5 israelenses perderam a vida durante o conflito. O resto de falecidos são palestinos da Franja da Gaza. Um cristão ortodoxo também morreu por causa dos bombardeios.
Esta manhã em Tel Aviv (Israel), 23 pessoas resultaram feridas depois da explosão de um ônibus. Segundo o jornal Jerusalem Post, o porta-voz do premiê israelense confirmou que se tratou de um atentado terrorista do grupo armado Fatah, o Movimento Nacional de Liberação da Palestina.
O atentado ocorreu em uma das ruas mais centrais da cidade. O ônibus ficou totalmente incinerado e os feridos foram transladados a um hospital próximo. Um deles se encontra em estado grave.
Enquanto isso, segundo informou a agência Reuters, o porta-voz do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), Sami Abu Zuhri, "louvou o ataque".
"As facções palestinas vão recorrer a todas as vias para proteger a nossos civis palestinos, devido à falta de uma iniciativa internacional para pôr fim à agressão israelense", disse Zuhri.
Os enfrentamentos levaram a que a Secretária de Estado dos Estados Unidos, Hilary Clinton, viajasse a Israel para dialogar com o Primeiro-ministro do país, Benjamim Netanyahu, e hoje se reuniu com o Presidente da Autoridade Nacional a Palestina, Abu Mazen, em Ramallah (Cisjordânia).
Antes de voltar para os Estados Unidos, está previsto que Clinton faça uma visita ao Cairo, para reunir-se com Presidente do Egito, Mohamed Morsi, quem se converteu no principal mediador das negociações no conflito.
Um dos fatos que agravou ainda mais o conflito foi o ataque israelense hoje cerca de uma centena de alvos em Gaza, incluindo o Ministério de Segurança Interna do Hamas e um edifício que abriga escritórios de meios de comunicação internacionais.
Em seu clamor de hoje por um cessar fogo na região, o Papa Bento XVI disse que “além de rezar pelas vítimas e por aqueles que sofrem, sinto o dever de reiterar mais uma vez que o ódio e a violência não são a solução dos problemas”.