Roma, 3 de dez de 2012 às 10:02
Em nome do Papa Bento XVI, o Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, beatificou ontem o mártir Lázaro Pillai, que foi assassinado em 1752 por converter-se do hinduísmo ao catolicismo.
Os restos do Beato Pillai se veneram na atual Catedral da diocese de Kottar. Em vida foi leigo, pai de família e oficial do palácio real.
Antes de viajar a Índia, o Cardeal Amato qualificou o testemunho do novo Beato como "uma página gloriosa da Igreja na Índia".
"Sua conversão foi para ele o começo de uma nova vida, cheia de entusiasmo e alegria. Converteu-se ao cristianismo, sem levar em consideração a diferença de castas, abraçando a todos como irmãos amados", assinalou.
O Cardeal indicou que o martírio de Pillai "não apagou sua memória, mas a entregou à admiração de todos, cristãos e não cristãos. Seu nome é um dos mais populares entre os cristãos de Tamil Nadu".
A história de conversão de Lázaro Pillai, em palavras do Cardeal, "recorda muito aos mártires da Igreja primitiva. Conquistado pela palavra e pela figura de Jesus, seu batismo foi um verdadeiro renascimento para ele, mas também uma prova dolorosa".
"De fato, só quatro anos depois de receber o batismo, foi acusado falsamente, preso e maltratado".
O Cardeal Amato destacou que para Pillai, "apesar de tudo, a prisão se converteu em seu território de missão. Edificava com seu bom exemplo e com a palavra, narrando a vida de Jesus, sua paixão, morte e ressurreição".
Lázaro Pillai, indicou a autoridade vaticana, "em primeiro lugar, é um modelo de firmeza na fé e de perseverança no testemunho".
"Em segundo lugar, nosso Beato, como leigo e pai de família, é também um modelo extraordinário da participação dos leigos no ministério da evangelização e da caridade cristã", indicou.
O Cardeal Amato também assinalou que "o Beato Lázaro Pillai é deste modo modelo de fraternidade humana sem fronteiras de cultura, de casta, de distinção alguma, segundo as palavras do apóstolo e mártir São Paulo, ele também convertido, que escreveu aos Gálatas: ‘Já não há judeu nem pagão, escravo nem homem livre, varão nem mulher, porque todos vocês não são mais que um em Cristo Jesus’".