Roma, 21 de dez de 2012 às 15:12
O Cardeal Darío Castrillón Hoyos espera que no Ano da Fé a Fraternidade São Pio X (FSSPX) repense e chegue a um acordo com a Santa Sé para poder em breve ingressar na plena comunhão com a Igreja de Roma.
O Cardeal Hoyos é um referente em matéria de ecumenismo e foi quem dirigiu no passado as conversações e negociações com os lefevbristas do Vaticano. Foi junto a ele com quem o Papa Bento XV levantou em 2009 a excomunhão que pesava sobre os bispos ordenados por Dom Marcel Lefebvre.
“Eu tenho uma enorme esperança de que muito em breve se dê a plena reconciliação com a fraternidade de São Pio X”, assinalou o Cardeal Hoyos o passado 14 de dezembro em uma entrevista concedida em Roma a ACI prensa.
É preciso recordar que a FSSPX está em situação cismática com a Igreja desde 1986, quando o bispo Marcel Lefebvre ordenou quatro bispos sem a autorização do Papa João Paulo II, provocando a excomunhão dos que participaram na ordenação.
O Cardeal Hoyos, que foi Presidente da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, assinalou também que o Ano da Fé pode servir de impulso para levar-nos todos a uma coisa: “a caminhar com Jesus, a caminhar com o Verbo eterno feito carne no ventre de Maria. Estamos com ele, ele não nos abandona, porque ele não é uma lembrança, não é como um profeta que recordamos, ele é o profeta ressuscitado, Ele é o Senhor ressuscitado, o dono da vida e da morte”.
“Nisto está a maior grandeza da nossa fé católica, unimo-nos em Jesus filho de Maria, em Jesus, igual ao Pai e ao Espírito Santo, nisto pensamos o mesmo que pensa a fraternidade de São Pio X”, acrescentou.
Embora recentemente tenha havido uma aproximação, em novembro deste ano o Superior Geral dos Lefevbristas, Bernard Fellay, assinalou que o diálogo com a Igreja Católica está estagnado e no mesmo ponto onde estava Lefebvre e que os membros da FSSPX consideram que a Igreja percorre caminhos demasiado modernos.
Agora o Cardeal Hoyos com de 83 anos de idade, celebra sei 60º aniversário de ordenação sacerdotal. O purpurado é uma referência para a Igreja Católica em matéria de diálogo tanto ecumênico como de paz, por sua atuação no processo de diálogo entre o governo colombiano e as FARC.
Nesta linha, em 2002 o Cardeal conseguiu superar um cisma com outro grupo afastado da Igreja, a União Sacerdotal São João Maria Vianney em no mesmo ano.
A união sacerdotal se distanciou da Fraternidade São Pio X para entrar na plena comunhão com Roma logo de reconhecer a legitimidade do Concílio Vaticano II e a Novus Ordo Missae, dois elementos principais da Igreja Católica que os lefevbristas seguem negando. O resultado foi a criação da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, cujo território se encontra na cidade de Campos, no estado do Rio de Janeiro, Brasil.