ROMA, 11 de jan de 2013 às 15:12
A pequena comunidade cristã na província de Quetta no Paquistão vive em meio da consternação, do medo e da tristeza após a morte de 3 de seus membros ontem na onda de atentados ocorridos nessa localidade que deixou como saldo final mais de 100 mortos e 155 feridos.
Conforme assinala o grupo terrorista Lashkar-E-Jhangvi, o objetivo dos atentados eram as comunidades de xiitas e o grupo étnico dos hazara.
O Pró-Vigário Apostólico de Quetta, Padre Inayat Gill, assinalou à agência Fides que os cristãos que morreram estavam perto dos lugares das explosões. Entre os feridos também há vários fiéis.
Dois dos mortos eram católicos e nesta sexta-feira 11 de janeiro o Padre Maqsoood Nazir, dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada (OMI) e Pároco da Igreja do Sagrado Coração no centro da cidade, celebrará as exéquias. Imediatamente depois das explosões, o pároco foi ao lugar para ajudar e está cuidando pessoalmente de seis feridos.
O Padre Gill disse à Fides que "a situação é tensa, é difícil dar explicações nestes trágicos acontecimentos. As razões são muitas: o ódio sectário e étnico, mas não é somente isso. Existe a máfia para apoderar-se da terra, existem reivindicações políticas: o certo é que muitos civis inocentes morrem".
"Como cristãos –acrescenta– somos uma pequena minoria, vivemos em perigo, igual a outros cidadãos muçulmanos, compartilhando sua sorte e sua dor. Na província de Quetta há 70 mil cristãos, incluídos os 35 mil católicos. Somos uma comunidade muito vulnerável e a mais pobre. Temos que ser muito prudentes".
O sacerdote afirma que "não podemos nos expor nem mesmo participando ativamente nas celebrações dos três dias de luto, anunciados hoje pelas autoridades, do contrário corremos o risco de nos converter em alvo dos extremistas: acusar-nos-iam de estar aliados com uma facção no conflito étnico".
"Vamos rezar por todas as vítimas inocentes em nossas Igrejas, continuar dando nosso testemunho de presença pacífica, silenciosa e próxima aos pobres", conclui.