WASHINGTON DC, 5 de fev de 2013 às 11:29
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apoiou que sejam admitidos homossexuais nos Boys Scouts (escoteiros), logo depois de que esta organização anunciasse que está reconsiderando modificar suas políticas a respeito.
O mandatário fez esta afirmação em entrevista televisiva com a cadeia CBS antes do Super Bowl do futebol americano, o evento esportivo mais importante dos Estados Unidos com a maior quantidade de telespectadores em toda a nação; e um dos mais vistos do mundo.
Obama disse que está de acordo com que os Scouts permitam homossexuais dentro de seus grupos e que ocupem cargos de liderança porque, em sua opinião, os gays devem ter as mesmas oportunidades “em todas as instituições e âmbitos da vida”.
Através de um comunicado em 28 de janeiro, o Diretor de Relações Públicas da organização, Deron Smith, anunciou que o grupo "está discutindo a eliminação da restrição nacional de afiliação que expõe o tema da orientação sexual".
Este anúncio produziu severas críticas e preocupação por parte das organizações religiosas e seculares que apóiam o movimento Scout.
Nos últimos meses quando se registrou a proibição de membros homossexuais no movimento, muitos dos doadores mais expressivos - incluindo Intel, UPS e Merck - deixaram que apoiar economicamente os Boy Scouts.
O Presidente de Pais e Amigos de Ex-gays e Gays, Greg Quilan lamenta que a decisão dos Boy Scouts de revisar esta política se deva a pressões econômicas de um ou mais de seus contribuintes financeiros principais e advertiu que "o dinheiro que vem com condições perigosas não é uma doação, é um suborno".
Quinlan, quem se identifica como um ex-homosexual, disse que "se as crianças e jovens foram expostas a um homem com condutas homossexuais, estarão promovendo este tipo comportamento como algo normal, natural e até saudável".
"Os jovens podem interpretar e questionar sua própria sexualidade e terminar afirmando-se na homossexualidade. Os Boy Scouts estão pendentes de seus líderes maiores e querem imitá-los e seguir seu exemplo”, explicou.
Quinlan, que atribui sua passada conduta gay ao abuso sexual que sofreu quando era jovem, expressou sua consternação com a revisão da política interna dos escoteiros, já que com a aceitação de homossexuais nos grupos de scouts poderia aumentar o número de abusos de menores.
O líder Scout na Filadelfia, Andrew Hill, em diálogo com o grupo ACI em 31 de janeiro, expressou sua decepção pela notícia: “os Boy Scouts não são uma organização mais ou outra pessoa pública que cede à pressão da sociedade”.
"Estes são os tempos em que vivemos, e como católicos, temos que seguir adiante conscientes desta realidade", disse Hill.
O Diretor de Comunicações da Diocese de Arlington na Virginia, Michael Donohue, declarou ao grupo ACI, que "é uma bênção que os Scouts dos Estados Unidos tenham tido ao longo destes anos a claridade e a coragem de enfrentar esta imensa pressão cultural, política e jurídica".
A Diocese de Arlington, patrocina 68 tropas de Scouts. Donohue disse ainda que “qualquer mudança substancial na missão ou nas políticas, requereria um exame cuidadoso” e acrescentou que os funcionários diocesanos de todo o país estão a espera do comunicado da Associação que sairá da sua próxima reunião no Texas.