A Pontifícia Academia para a Vida (PAV) no Vaticano precisou que é "falsa e enganosa" a informação que circula há alguns dias sobre a suposta aprovação por parte deste dicastério ou do Cardeal alemão Joachim Meisner da pílula do dia seguinte –que tem um potencial efeito abortivo– para que seja usado em hospitais católicos da Alemanha em casos de estupro.

O dicastério divulgou esta informação em um correio eletrônico enviado ao grupo ACI no último 19 de fevereiro, escrito sob as indicações do presidente da PAV, Dom Ignacio Carrasco da Paula.

No texto que leva a assinatura do Dr. Gaetano Torlone, membro da PAV, destaca-se que "o Cardeal (Joachim Meisner, Arcebispo de Colônia) em sua declaração afirma simplesmente que na assistência às mulheres que sofreram um estupro o processo é complexo e vai mais além do aspecto farmacológico".

Nestes casos, precisa o correio eletrônico de Torlone, "é lícito usar fármacos anticoncepcionais, mas não é nunca lícito usar fármacos abortivos porque nunca é lícito assassinar a um ser humano".

O texto assinala que, em sua declaração, "a Cardeal fala de fármaco, de qualquer fármaco que impeça a concepção e não da pílula do dia seguinte".

O Dr. Torlone explicou ainda que "naturalmente a vida humana começa com a concepção (ou fecundação). Isto significa que qualquer ação voluntária que produza a expulsão do nascituro, antes que tenha alcançado a capacidade de sobreviver fora do ventre materno, representa um aborto pois produz a morte do nascituro".

"Então –precisa Torlone– impedir voluntariamente a nidação do embrião é uma ação abortiva, um pecado muito grave".

O membro da PAV disse ademais que "não conhecemos as declarações do Cardeal Meisner aos meios locais que, em qualquer caso, não têm particular relevância para a Pontifícia Academia para a Vida. Conhecemo cardeal, sua fé, sua fidelidade à Igreja, sua abnegação, seu serviço à diocese que lhe foi confiada pelo Senhor".

As mensagens da PAV foram enviadas ao grupo ACI logo depois de uma nota de esclarecimento explicando detalhadamente que nem o Papa Bento XVI nem seu secretário, Dom Georg Ganswein deram sua aprovação para o uso da pílula do dia seguinte nos hospitais católicos da Alemanha em casos de estupro, como afirmava erroneamente uma nota da agência EFE difundida por diversos meios.

A pílula do dia seguinte tem três mecanismos: impede a ovulação (anovulatório), espessa a mucosidade cervical (anticoncepcional) e impede a nidação do óvulo já fecundado (o que a torna um potencial abortivo).

Estes mecanismos são informados pela Food and Drug Administration (FDA), o organismo governamental que garante a salubridade dos mantimentos e dos remédios nos Estados Unidos.

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