ROMA, 22 de fev de 2013 às 13:01
Ante as versões jornalísticas que recentemente divulgaram um suposto milagre que permitiria a canonização do Beato João Paulo II, o Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, explicou ao grupo ACI que seu dicastério continua trabalhando na causa sob "sigilo absoluto".
"Estamos trabalhando nisso, vai muito bem, e chegam vários documentos à Congregação dos Santos", assinalou o Cardeal Amato na Pontifícia Universidade de São João de Latrão (Roma) durante a apresentação do livro "Pensar, Professar e Viver a fé: No sulco da exortação apostólica Porta Fidei", editado pela Faculdade de Teologia desta casa de estudos.
O Cardeal Amato explicou que no momento não podem dar mais dados sobre o suposto milagre já que seu dicastério deve guardar "sigilo absoluto" e "muitas vezes temos que descartar os milagres, já que devem cumprir uns passos que não são nada simples".
O Papa Bento XVI beatificou o seu antecessor em uma multitudinária cerimônia no dia 1º de maio de 2011 na Praça de São Pedro. O milagre que o elevou aos altares foi a cura de uma religiosa francesa, Irmã Marie Simon Pierre, quem foi curado do mal de Parkinson, a mesma enfermidade que padeceu João Paulo II.
Para ser considerado santo oficialmente, é necessário que seja registrado um segundo milagre atribuído à intercessão do Papa Wojtyla.
"Não é fácil ser santo", precisou durante a apresentação do livro o Cardeal Amato, já que, para proclamar a um novo santo, devem cumprir uns passos específicos e superar o exame de numerosos teólogos e médicos.
A Congregação para as Causas dos Santos estuda cada caso de maneira rigorosa, de maneira que o milagre não pode ter explicação científica alguma e, além disso, tem que estar diretamente relacionado com a intercessão do possível santo.
Respeito ao possível milagre atribuído ao Papa Wojtyla, o postulador da causa de Canonização de João Paulo II, Dom Slawomir Oder, faz alguns meses assegurou ao jornal italiano Avvenire, que são apresentados muitos casos que poderiam permitir a canonização.
Segundo Dom Oder, os casos que poderiam considerar-se milagrosos provêm de diversas partes do mundo como a Polônia, Itália, Espanha, Estados Unidos, México, Colômbia e Brasil.