O processo por difamação apresentado contra LifeSiteNews.com pelo sacerdote canadense Pe. Raymond Gravel, quem se descreve a si mesmo como "pró-choice" (quer dizer, está de acordo com que a mulher possa fazer a opção de escolher se deseja abortar ou não), não respeitaria a liberdade de imprensa nem a liberdade religiosa.

No seu processo, o sacerdote reclama que LifeSiteNews o descreve em um artigo de imprensa como abortista, e alega que este qualificativo é difamador, porque ele é "pró-choice" e considera que apesar das suas posturas controversas não apoia o aborto em si mesmo.

O Chefe de Editorial do LifeSiteNews, John-Henry Westen, em diálogo com o grupo ACI em 21 de fevereiro, disse que "este caso representa um perigo para a liberdade de expressão dos pró-vida canadenses em termos de referência às posturas que abrangem "escolher" como "pro-aborto" em lugar da nomenclatura oposta".

Westen disse que o processo é um "ataque significativo" à liberdade religiosa, à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa.

"Estão argumentando que não somos um meio de comunicação, e esse argumento deveria ser aceito na corte. Isso não desafiaria a todos os outros novos meios online, inclusive os da esquerda?", expressou Westen.

O Padre Gravel foi membro do Parlamento do Canadá de 2006 a 2008, após receber uma "permissão especial do Vaticano para se candidatar ao cargo federal", conforme o divulgou em seu momento a Conferência de Bispos do Canadá (CBC por suas siglas em inglês).

Enquanto desempenhava funções no parlamento, o Padre Gravel apoiou a nomeação de um abortista que foi preso uma vez em Dachau por Ordem do Canadá, e se opôs a um projeto de lei que teria reconhecido a lesão de um feto durante um crime como um delito independente às lesões da mãe.

O Padre disse nesse então ao CBC que "nunca fui contra a doutrina da Igreja".

A CBC reportou em 2008, que o Vaticano "obrigou-lhe a escolher entre o parlamento e a Igreja Católica". A Congregação para a Doutrina da Fé tinha recebido queixa dos católicos que perceberam que seu cargo como parlamentar não estava de acordo com a fé.

O sacerdote reclama que as informações sobre ele no LifeSiteNews, arruinaram sua reputação como político e sacerdote. Ele pede uma indenização de 500 mil dólares canadenses, quer dizer, mais ou menos 492 mil dólares americanos, assim como os gastos do processo.

Em 11 de janeiro um juiz de Quebec opinou que o processo pode passar aos tribunais, sem serem consideradas as reclamações do LifeSiteNews que o Padre Gravel tem a intenção de censurá-los.

Segundo os editores, o montante de indenização solicitada pelo sacerdote representa o orçamento anual da página web, que até o momento já gastou 170 mil dólares no processo.

Até a publicação deste artigo a Diocese de Joliette, a qual o Padre pertence, não respondeu às perguntas da imprensa.

Em onze anos, LifeSiteNews tem 41 artigos sobre o Padre Gravel, e sustentam que se limitam a informar sobre as declarações públicas do sacerdote e os comentários difundidos nos meios de comunicação sobre seu desacordo com a doutrina da Igreja e o Magistério de prelados canadenses.

"Em nossas informações sobre o presbítero, fomos muito cuidadosos para repetir exatamente o que ele disse. Não havia nenhum ódio contra ele, é mais, manifestamos nossa preocupação pela Igreja, e também pelo Padre Gravel", disse Weston ao The Wanderer.

O chefe de editorial assinalou também que "trata-se da nossa liberdade como um serviço de notícias para informar sobre temas controversos. Estamos defendendo este caso para garantir esses direitos".

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