O Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, disse que a renúncia do Papa Bento XVI ao pontificado "não é um abandono" da Igreja nem uma fuga das responsabilidades.

Assim o indicou o Cardeal em uma entrevista concedida a um canal italiano ontem, recolhida pelo jornal vaticano L’Osservatore Romano (LOR), em que o Cardeal recorda que "na entrevista com Peter Seewald (2010), o Papa disse ‘a Igreja pode ter momentos difíceis, de muitas dificuldades; o Papa não abandona a barca de Pedro, mas quando sente que faltam as forças e em um momento de ponderação ante Deus e ante a Igreja mesma, pode decidir renunciar ao ministério petrino’, e isso foi o que fez".

O Cardeal Bertone afirmou logo que "parece-me que nas motivações que expressou se intui que ele sentia que as forças já faltavam. Repetiu-me isso nestes dias".

Dessa maneira, o Santo Padre sentiu o dever de dar este passo "especialmente pensando nas viagens, nas responsabilidades da Igreja universal". Isto fez, precisou, "sem fugir das responsabilidades e sem abandonar à Igreja".

Sobre o encontro que se realizará nesta quinta-feira, 28 de fevereiro, com os cardeais, no último dia do pontificado de Bento XVI, o Cardeal Bertone disse que é "um sinal de agradecimento pelo conselho, pela proximidade com a qual os cardeais o acompanharam nestes oito anos".

"É um sinal recíproco, é dar a eles a possibilidade de saudá-lo pessoalmente, de vê-lo cara a cara. Um pouco como os discípulos de Paulo o saudaram em Mileto", concluiu.

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