ROMA, 5 de mar de 2013 às 08:13
O Arcebispo de Boston (Estados Unidos), Cardeal Sean Patrick O’Malley, assinalou que a oração é a necessidade mais urgente da Igreja e de todos os católicos ante o início do Conclave no que se escolherá o novo Papa.
Em entrevista concedida ontem ao grupo ACI o Cardeal, que será um dos 115 que escolherá o sucessor de Bento XVI, assinalou que "a necessidade mais urgente neste momento é a oração para que o Espírito Santo nos ilumine".
"Isto tem que ser como a novena antes de Pentecostes para que o Espírito Santo se derrame entre nós para que possamos encontrar nosso novo Pedro que poderá confirmar nossa fé e ajudar-nos a encontrar o caminho que chega ao Pai".
Para o Cardeal norte-americano, o mais importante que devem fazer os fiéis católicos em todo o mundo é "rezar com muita fé e buscar cumprir com nosso dever de ser porta-vozes do Evangelho, buscar viver a Nova Evangelização convidando outros a seguir a Cristo".
Depois de comentar que sua reação ao saber da renúncia de Bento XVI foi de incredulidade como o Apóstolo Tomé, mas que logo se transformou em confiança na decisão do agora Papa Emérito, o Cardeal O’Malley disse que estes dias prévios ao Conclave são "muito importantes porque nos dão uma oportunidade de conhecer-nos melhor e compartilhar informação sobre a situação da Igreja em distintas partes do mundo".
"Também nos permitem falar do governo da Igreja e das características que deveríamos procurar em um possível candidato para o papado. Além disso, estão presentes os que têm mais experiência e uma sabedoria que compartilham conosco que estamos entrando pela primeira vez em um conclave".
O Arcebispo de Boston disse ao grupo ACI que o ambiente espiritual destes dias das congregações gerais "é como um retiro espiritual. Nesta mesma tarde recebemos uma conferência espiritual do Padre Raniero Cantalamessa (pregador da Casa Pontifícia) porque a atmosfera tem que ser de oração, de reflexão profunda e de uma busca da vontade de Deus".
Sobre os desafios da Igreja, o Cardeal referiu-se às relações com o mundo muçulmano, à perseguição que sofrem os católicos, ao governo do Vaticano em relação à Igreja universal, entre outros.
"São muitos os desafios que o novo Papa terá que enfrentar. Inclusive a crise do abuso sexual que é algo que nos tem muito preocupados e o Santo Padre terá que enfrentar o assunto", explicou.
O Cardeal disse também que o enche de esperança a realização da próxima Jornada Mundial da Juventude no Rio do Janeiro (Brasil) onde se espera que quatro milhões de pessoas se encontrem com o novo Papa.
"Cristo sempre está com a Igreja e sempre vamos adiante com a graça de Deus".
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"Nossa fé é causa de alegria e deveríamos estar sempre agradecidos pelas bênçãos que estamos recebendo", assegurou.