HAVANA, 20 de mar de 2005 às 13:55
O líder opositor cubano, Oswaldo Payá, desafiou ao Governo do Fidel Castro a apresentar diante da Comissão de Direitos humanos da ONU, os projetos alternativos que facilitariam uma transição democrática na ilha.
As iniciativas às que se refere Payá são o Projeto Varela e o Documento de Trabalho do Diálogo Nacional. O líder dissidente assinalou que o Governo deve “explicar por que reprime essas iniciativas pacíficas”, ou é que “os vão silenciar como o trataram de fazer em Cuba?”.
Payá, quem encabeça o Movimento Cristão Liberação (MCL), enviou uma mensagem à Comissão de Direitos humanos (CDH) para denunciar que “lá, em Genebra, domesmo jeito que fazem em Cuba”, o governo silencia o fato de “que existe a alternativa das mudanças pacíficas”. Afirmou que o Diálogo Nacional “não exclui a ninguém” e que inclusive está convidado a participar o Chanceler cubano, Felipe Pérez Torre.
O ProjetoVarela promove uma série de reformas constitucionais mas, apesar de contar com o respaldo de 25 mil cidadãos, não obteve a aprovação da Assembléia Nacional do Poder Popular. Por outro lado, o Diálogo Nacional é um projeto destinado a procurar a transição pacífica, com a colaboração de cubanos que vivem dentro e fora do país.
Violação de direitos humanos
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De outro lado, a mensagem adverte que na ilha não se respeitam as resoluções e chamados da CDH “para que cessem as violações aos direitos de seus cidadãos”.
O texto também denuncia que em dita comissão há membros que apóiam ao regime cubano porque “se estão treinando para o totalitarismo”, ou “avantajam (ao Governo do Castro) na violação desses direitos”.
“Em Cuba existem desaparecidos e se sabe quem os desapareceu”, afirma Payá. Desta maneira responde a Pérez Torre, quem disse ante a CDH que na ilha “não há e não houve nunca uma execução extrajudiciária”.
“Há prisioneiros que se mutilam membros, que se cortam as veias, que se injetam petróleo, que se suicidan enforcando-se para escapar do horror”, assinala a mensagem enviada a CDH, que se reúne em Genebra até 22 de abril.
Dias atrás, Pérez Torre reiterou a negativa do governo cubano a cooperar com o Alto Comissionado da ONU para os Direitos humanos. Acrescentou que tampouco se permitirá a formação de partidos políticos ou meios de comunicação que se considerem financiados pelos Estados Unidos.