WASHINGTON DC, 14 de mai de 2013 às 13:20
"Nessa noite em casa com a minha esposa e as minhas duas crianças, me doía o coração ao pensar que tudo isto (sua vida e família) poderia não ter existido", expressou o deputado republicano de Indiana (Estados Unidos), Marlin Stutzman, logo depois de escutar de sua mãe que estava entre lágrimas que ela esteve a ponto de abortá-lo.
Stutzman é um defensor da causa pró-vida e pró-família no congresso americano. Faz poucos dias, pronunciou-se no plenário da Câmara sobre o caso do Dr. Kermit Gosnell, conhecido por assassinar bebês que sobreviveram a abortos, e acusado do assassinato de uma mãe e seus quatro filhos que nasceram vivos em um procedimento de aborto fracassado na Filadelfia.
O deputado que nasceu fruto de uma gravidez não desejada, relatou em 8 de maio no jornal The Washington Times em um artigo escrito por ele mesmo, a conversação que teve com sua mãe sobre o aborto.
No seu escrito assinalou que depois de falar do caso Gosnell, perguntou-se se alguma vez sua mãe tinha pensado em acabar com a sua gravidez. "Meus pais nunca deram nenhum indício de se alguma vez tinham considerado (abortar), mas terão feito?".
Ligou para a sua mãe para perguntar, "falei com ela sobre minha intervenção no plenário da Câmara e logo lhe perguntei suavemente: Mamãe, você já pensou nisso alguma vez? Logo depois de uma tensa pausa, com lágrimas me disse: ‘Marlin, sinto muito’".
Ambos estavam muito comovidos, "à medida que choramos juntos, eu já não era um membro do Congresso, era um filho que compreendeu pela primeira vez a dor e as lutas que minha mãe tinha passado antes que eu nascesse", e refletiu que se tivesse sido abortado, não existiria a família que agora tem.
A mãe do representante de Indiana tinha 17 anos quando um incêndio destruiu a sua casa em dezembro de 1975 e ela tinha acabado de saber que estava grávida. Desconsolada, sozinha e aterrorizada como o descreve Stutzman, chorava no chão do quarto da casa de um vizinho.
Foi então quando decidiu dirigir 40 milhas de distância sozinha, com o fim de chegar a Kalamazoo, Michigan e "encarregar-se da situação (...). O que teria acontecido se uma clínica 'Gosnell' tivesse estado só a quatro milhas de distância em lugar de 40?" perguntou-se o deputado.
Durante a conversação sua mãe lhe perguntou se a perdoava, e ele respondeu: "sim, com todo o meu coração. (...) Essa menina era minha mãe", assinalou Stutzman para dizer logo "eu poderia ter sido abortado".
O deputado expressou "quão agradecido estava com ela e pela força do meu pai em fazer o correto e proteger minha vida. Poderia ter terminado de maneira diferente". Este fato aconteceu dois anos depois do caso Roe Vs. Wade com o que se legalizou o aborto no país.
Stutzman escreveu também que a conversação com sua mãe "me fez perguntar quantos pais, esposas, empresários, médicos e funcionários públicos desapareceram hoje em dia a causa do aborto".
Desde 1973, mais de 55 milhões de crianças foram assassinadas antes de nascer. "Eu estava a só 40 milhas de ser um deles".
Também se perguntou: "Por que a Casa Branca encontra as ações do Dr. Gosnell "inquietantes", quando, como senador estatal, o presidente Obama votou contra a Lei de Proteção de Crianças Nascidas Vivas de Illinois?".
O deputado explicou que atualmente "não há distinção moral entre acabar com a vida de uma criança de cinco segundos depois de nascer ou cinco dias antes" porque os abortistas se defendem em argumentos que consideram legítimos tais como aborto "seguro, legal e pouco frequente" como o vem fazendo Gosnell em seus julgamentos.
Stutzman criticou duramente que depois de chamar os bebês durante décadas de "um montão de células", as pessoas agora se horrorizam de ver as crianças abortadas congeladas, em sacas de lixo ou em latas de comidas para gatos. Assim como também denunciou que não existe nenhuma diferença entre os abortos que auspicia Planned Parenthood e os que se realizam em clínicas como Gosnell, assassinando os bebês que nascem vivos, cortando-lhes a espinha dorsal.
O deputado exortou os americanos e disse que "devem reunir-se para uma conversação honesta sobre o aborto - e convidou - a examinar os fatos para encontrar nossa consciência nacional".
"Gosnell, como qualquer outra abortista neste país, vende mentiras às mulheres jovens como minha mãe" sobre o aborto, sublinhou Stutzman e adicionou "meus jovens pais tomaram a decisão incrivelmente difícil de rechaçar essas mentiras e proteger minha vida".