VATICANO, 4 de set de 2013 às 11:33
O Papa Francisco retomou hoje as suas tradicionais audiências gerais das quartas-feiras no Vaticano recordando a Jornada Mundial da Juventude que se celebrou no fim de julho no Rio de Janeiro e, da Praça de São Pedro, que congregou a 70 mil almas, explicou que um jovem que acolhe o amor de Cristo se converte em uma verdadeira esperança para o mundo, para transformá-lo a partir de seu Evangelho.
Antes de iniciar sua meditação, o Santo Padre agradeceu a Deus pelos intensos dias vividos no Brasil, aos pés de Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira dessa nação, e se referiu a três palavras que devem guiar a reflexão: acolhida, festa e missão.
Sobre a acolhida, o Papa disse que o gesto "das famílias brasileiras e das paróquias foi uma das características mais belas desta JMJ (…) Nascem laços que depois permanecem, sobretudo na oração. Também assim cresce a Igreja em todo o mundo, como uma rede de verdadeiras amizades em Jesus Cristo, uma rede que te prende e ao mesmo tempo te liberta. Então, Acolhida: e esta é a primeira palavra que emerge da experiência da viagem ao Brasil. Acolhida!".
O Papa Francisco disse logo que a Jornada Mundial da Juventude "é sempre uma festa", mas "depois há a festa maior que é a festa da fé, quando juntos se louva o Senhor, canta-se, escuta-se a Palavra de Deus, permanece-se em silêncio de adoração: tudo isto é o ápice da JMJ, é o verdadeiro propósito desta grande peregrinação e se vive este momento de modo particular na grande Vigília do sábado à noite e na Missa final".
"Está é a grande festa, a festa da fé e da fraternidade, que começa neste mundo e não terá fim. Mas isto é possível somente com o Senhor. Sem o amor de Deus não há verdadeira festa para o homem!"
O Papa ressaltou logo que "não pode faltar um terceiro elemento: missão. Esta JMJ foi caracterizada por um tema missionário: "Ide e fazei discípulos entre todas as nações". Ouvimos a palavra de Jesus: é a missão que Ele dá a todos! É o mandato de Cristo Ressuscitado aos seus discípulos: "Ide", saiam de si mesmos, de todo fechamento para levar a luz e o amor do Evangelho a todos, até as extremas periferias da existência!".
"E foi justamente este mandato de Jesus que confiei aos jovens que enchiam a perder de vista a praia de Copacabana. Um lugar simbólico, à margem do oceano, que fazia pensar na margem do lago da Galileia. Sim, porque mesmo hoje o Senhor repete: "Ide…", e acrescenta: "Eu estou convosco, todos os dias…". Isto é fundamental! Somente com Cristo nós podemos levar o Evangelho. Sem Ele não podemos fazer nada – disse-nos Ele mesmo".
O Santo Padre ressaltou que com Cristo "inclusive um rapaz, uma moça, que aos olhos do mundo conta pouco ou nada, aos olhos de Deus é um apóstolo do Reino, é uma esperança para Deus! A todos os jovens gostaria de perguntar com força: vocês querem ser uma esperança para Deus? Querem ser uma esperança para a Igreja?".
"Um coração jovem, que acolhe o amor de Cristo, transforma-se em esperança para os outros, é uma força imensa! Mas vocês, rapazes e moças, todos os jovens, vocês devem nos transformar e vos transformar em esperança! Abrir as portas rumo a um mundo novo de esperança. Esta é a tarefa de vocês. Querem ser esperança para todos nós?. Pensemos no que significa aquela multidão de jovens que encontraram Cristo ressuscitado no Rio de Janeiro e levam o seu amor na vida de todos os dias, vivem-no, comunicam-no. Não vão para os jornais porque não cometem atos violentos, não fazem escândalo e então não fazem notícia".
O Pontífice disse também que se os jovens "permanecem unidos a Jesus, constroem o seu Reino, constroem fraternidade, compartilham obras de misericórdia, são uma força poderosa para tornar o mundo mais justo e mais belo, para transformá-lo! Gostaria de perguntar agora aos rapazes e moças, que estão aqui na Praça: vocês têm coragem de acolher este desafio? Têm coragem ou não? Eu ouvi pouco… Vocês estão animados para ser esta força de amor e de misericórdia que tem a coragem de querer transformar o mundo?".
"Queridos amigos, a experiência da JMJ nos recorda a verdadeira grande notícia da história, a Boa Nova, mesmo se não aparece nos jornais e na televisão: somos amados por Deus, que é nosso Pai e que enviou o seu Filho Jesus para fazer-se próximo a cada um de nós e nos salvar. Enviou Jesus para nos salvar, para perdoar todos, porque Ele sempre perdoa: Ele sempre perdoa, porque é bom e misericordioso".
Para concluir o Santo Padre afirmou que a acolhida, a festa e a missão não devem ser "somente uma lembrança do que aconteceu no Rio, mas são alma da nossa vida e das nossas comunidades. Obrigado".