BUENOS AIRES, 9 de set de 2013 às 09:00
Durante o IV Congresso Nacional contra o Tráfico de Pessoas, o bispo de Gualeguaychú, na argentina e presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, Dom Jorge Lozano, afirmou que na atualidade se pretendem justificar "condutas perversas" com argumentos que contêm um sabor de "pseudocultura machista" e com um olhar da sexualidade "em um marco hedonista e frívolo".
Dom Lozano se expressou desta forma ao presidir um painel sobre o rol das organizações sociais no combate deste flagelo social. Frente a representantes do poder judicial, funcionários públicos e representantes de outras instituições, definiu o tráfico como "uma realidade criminal que nos envergonha como seres humanos".
O Bispo, sobre a agenda social da Igreja, informou que, estrutural e psicologicamente, "o homem não precisa consumir sexo".
"O consumidor pretende justificar as condutas perversas com argumentos que contêm um sabor da pseudocultura machista e com um olhar da sexualidade em um marco hedonista e frívolo", assegurou.
Na sua exposição, o Bispo argentino sustentou que o que paga por sexo "é cúmplice de sequestro e tortura", e por isso, deveria ser sancionado penalmente por submeter à mulher a violência física, psicológica e ao engano.
Também expressou: "a sanção deveria incluir o confisco dos lugares utilizados. Por que não propor expropriar os bens e provê-los ao serviço das vítimas, como se faz em outros países?". Ao momento, o terceiro título da Lei 26.364, que regula as disposições penais e processuais, não prevê sanções deste tipo.
Dom Lozano pediu uma justiça mais presente sobre o "turismo sexual", outro tema de preocupação para a Igreja, e que foi tema de reflexão para a Comissão Episcopal de Migrações e Turismo.
"Não se pode ter um olhar ingênuo; há máfias que se enriquecem e oprimem. A corrupção e cumplicidade abrangem diversas estruturas políticas e sociais. A motivação pode ser o dinheiro ou o medo por ameaças", sentenciou.
Por último, o Bispo indicou que a tarefa da Igreja nestes temas passa pela prevenção, a denúncia e a assistência às vítimas. Recomendou aumentar a presença de material em vistas à prevenção, e visibilizar o tema.