HAVANA, 9 de set de 2013 às 13:00
Ontem domingo, o Movimento Cristão Liberação (MCL), fez 25 anos de fundação e reiterou seu objetivo de defender os direitos humanos em Cuba e conseguir a realização de um plebiscito onde os cubanos decidam sobre a transição da ilha à democracia.
"Estamos convencidos de que em Cuba só se produzirão as mudanças que o povo quer se a maioria dos cubanos, libertando-se da cultura do medo, der um passo libertador reclamando seus direitos", expressou o Conselho Coordenador do MCL em um comunicado emitido no dia 8 de setembro, dia da fundação do movimento e que coincide com a festa da Virgem da Caridade do Cobre, Padroeira da ilha.
No texto, recordou o seu fundador Oswaldo Payá, falecido em 22 de julho de 2012, e que assinalou que os cubanos precisam saber "que suas vidas, sua dignidade e sua liberdade lhes pertencem e que ninguém, nem o Cessar, pode tirar-lhe se não se submetem por medo ou por outros motivos".
Por isso, o MCL indicou que a lei na Cuba "deve garantir o direito para terminar com a simulação gerada por um sistema opressivo, como o regime totalitário que impera no nosso país. Somos parte de um mesmo povo, que vive dentro e fora do arquipélago, não pretendemos falar pelo povo, trabalhamos para que os cidadãos tenham voz".
O MCL assinalou que o diálogo que propõe "é inclusivo, onde todos estejamos representados e em um ambiente de confiança que só garante o respeito na lei e na prática dos direitos fundamentais".
Por isso, condenou "a ‘Mudança Fraude’ e o falso diálogo que exclui e discrimina aqueles que não se submetem às ferramentas que o regime pretende impor para preservar o poder absoluto e o controle dos recursos que pertencem a todos os cubanos. Pedimos transparência para Cuba e chamamos todos os cubanos e cada cubano a reclamar e construir este caminho de mudanças".
Nesse sentido, reiterou o objetivo de promover, "junto à oposição diversa e unida no Caminho do Povo", a realização "de um plebiscito para que o povo decida soberanamente sobre as mudanças".
"Somente quando os cidadãos possam escolher em eleições livres e pluripartidárias seu governo, poderemos falar que em Cuba se iniciaram inexoravelmente as mudanças democráticas reais. Por isso hoje exigimos, com o antecedente de milhares de cubanos que propõem iniciativas legais através de uma consulta popular, um plebiscito que restaure a soberania do povo", expressou.
No comunicado, o movimento dissidente também exigiu "seu direito e o direito dos cubanos a conhecerem a verdade" através de "uma investigação independente que faça públicas as circunstâncias em que morreram em 22 de Julho de 2012 depois do atentado, nossos líderes, Oswaldo Payá e Harold Cepero".