WASHINGTON DC, 30 de set de 2013 às 03:06
O Cavaleiro Supremo dos Cavaleiros de Colombo, Carl Anderson, rechaçou as afirmações dos meios de comunicação que assinalam que a entrevista do Papa Francisco "não se interessa pelos ensinamentos da Igreja em questões morais" ou que é divergente com Bento XVI.
Através de um artigo que Anderson publicou no National Review Online em 22 de setembro, lamentou que os meios assinalem que o Santo Padre "é progressista e que está levando a Igreja Católica a uma nova e profunda direção".
Os meios, baseados em suas próprias interpretações, informaram que "Bento XVI, é conservador, doutrinário e já passou de moda, e centrado em questões morais", descreveu Anderson e destacou que "nada disto é verdade já que deixam de fora a metade da história".
Na longa entrevista de mais de 25 páginas, o Papa falou que a proclamação do "amor salvador de Deus" deve estar antes dos "imperativos morais e religiosos", e que os católicos não devem insistir "apenas nas questões relacionadas com o aborto, o matrimônio gay e o uso de métodos anticoncepcionais".
Anderson recordou que no discurso que o Bispo Emérito de Roma deu ao final do encontro com os Bispos da Suíça em 9 de novembro de 2006, o então Papa Bento XVI falou algo muito parecido ao que falou o atual Pontífice, frente a temas como a ordenação de mulheres, anticoncepção, aborto, matrimônio do mesmo sexo, entre outros, comprovando assim que não existe contrariedade entre eles.
Naquela ocasião, Bento XVI disse que "se nos deixamos arrastar por estas discussões, então se identifica à Igreja com alguns mandamentos ou proibições, e nos rotulam como moralistas com algumas convicções que já passaram de moda, e não se aprecia a verdadeira grandeza da fé".
Bento XVI denunciou a violência contra as pessoas homossexuais e animou à compaixão e à misericórdia para com as mulheres realizaram abortos. Mas nesse momento as palavras do Santo Padre "teve pouca atenção dos meios de comunicação" e não foram muito informadas.
O líder dos Cavaleiros de Colombo assinalou que Francisco elogiou o trabalho dos grupos pró-vida em uma reunião de médicos católicos no último dia 20 de setembro, e lhes recordou que o direito à vida é "fundamental".
Em outra ocasião Francisco insistiu os Cavaleiros do Colombo a "dar testemunho da autêntica natureza do matrimônio e da família, da santidade e da dignidade inviolável da vida humana, da beleza e da verdade da sexualidade humana".
Anderson afirmou que "o ensinamento católico sobre questões morais não é a totalidade da mensagem da Igreja -é mais- nunca o foi".
"Nossos Papas, bispos, sacerdotes e leigos sempre passaram muito tempo na caridade, oração e trabalho pastoral, muito mais que em questões de política pública. Se o público não sabe disso, é porque os meios de comunicação preferem cobrir controvérsias", expressou.
Refletiu sobre como os meios se estão centrando muito nas pequenas seções sobre o aborto e a anticoncepção, quando na entrevista o Papa tocou muitos temas.
"Se os meios de comunicação realmente querem abraçar a mensagem do Papa Francisco, podem começar atendendo o seu chamado a não centrar-se muito em apenas um ou dois temas em sua cobertura da fé", manifestou.
Anderson citou a comparação que o Papa faz da Igreja dizendo que é como "um hospital de campanha depois da batalha", onde a Igreja deve ajudar a pessoa gravemente ferida e "curar as suas feridas".
O Papa apresentou uma "avaliação crua e dramática da nossa situação cultural" e propôs como resposta "um corajoso e abnegado testemunho pessoal", destacou o Cavaleiro Supremo.