LONDRES, 22 de nov de 2013 às 17:08
"De continente em continente os cristãos enfrentam a discriminação, a marginalização, a tortura, inclusive o assassinato, simplesmente por causa da própria fé", advertiu a perita muçulmana em liberdade religiosa, a baronesa britânica Sayeeda Warsi.
"Atualmente existem lugares no mundo onde ser cristão é colocar a própria vida em perigo", assinalou a Baronesa em uma entrevista ao jornal inglês Daily Telegraph detalhando que "a Cristandade está extinguindo-se em lugares onde existiu por gerações".
Disse que não "vale nada" promulgar leis que protejam a liberdade religiosa sem que exista um apoio por parte de outros países do mundo no contexto cultural.
"Quero pedir uma cruzada de fé, uma cruzada continental que se una a este tema procurando uma resposta que não seja sectária", quer dizer, "se uma bomba explodir em uma Igreja no Paquistão não deve repercutir apenas nas comunidades cristãs, mas deve agitar também o mundo inteiro".
Neste diálogo com o jornal inglês realizado em 14 de novembro, a perita muçulmana mencionou que um de cada dez cristãos vive em um país onde a religião é minoria, onde, por sua vez, a sua presença diminui, como no caso do Iraque que em 1990 viviam 1.2 milhões de cristãos e atualmente vivem 200 mil.
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Em outra entrevista concedida no dia seguinte à BBC Radio 4, a baronesa disse que a comunidade internacional precisa construir uma política que aceite normas que protejam a liberdade religiosa como uma direito humano.
"Precisamos falar e apresentar esta situação nos países onde acontecem estas coisas", exortou, e mencionou que existiram momentos nos quais "as comunidades religiosas estiveram em conflito, mas também tiveram grandes momentos de convivência entre elas".
O Arcebispo de Westminster e Primado da Igreja Católica na Inglaterra e Gales apoiou as declarações de Warsi e afirmou à BBC que realmente "se enfrentam verdadeiros desafios para apoiar e acompanhar os cristãos destas partes do mundo, inclusive para fazer com que os políticos entendam que a presença dos cristãos representa frequentemente um fator de mediação entre os diferentes segmentos do Islã".
Mas esta realidade não é só no oriente médio, cabe ressaltar que no continente europeu, o relatório por crimes de ódio realizado em 2012 e publicado no último dia 15 de novembro pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, assinala que os crimes de ódio baseados em religião e raça na parte ocidental do continente, eram uma mostra da intolerância social e restrições legais contra as práticas cristãs, além dos crimes antissemitas, anti-muçulmanos, e outras expressões de discriminação por motivos religiosos.