ROMA, 22 de nov de 2013 às 17:00
O Pe. Aurelio Gazzera, carmelita que trabalha em Bozoum (República Centro-Africana), alertou que a situação no país é tensa e que ninguém sabe o que pode ocorrer, embora tenha expressado as suas dúvidas de que aconteça um genocídio, tal como advertiu nesta quinta-feira o ministro das relações exteriores francês, Laurent Fabius.
"O termo seja talvez excessivo, mas é verdade que a tensão é tão alta que não se sabe como a situação evoluirá", indicou à agência Fides.
O sacerdote disse que a violência é mais forte na capital Bangui, onde "há quase três semanas, todos os dias, em bairros diferentes, se verificam tiroteios, homicídios, confrontos de todo o tipo".
No último mês de março, a guerrilha islâmica Seleka tomou o poder na República Centro-Africana logo depois de cruentos combates. A persistência da violência fez com que o Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon, peça o posicionamento de 9.000 navios; enquanto a França espera que o Conselho de Segurança emita uma resolução no início de dezembro.
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"Voltei há pouco de Bangui e a sensação geral é que está sendo preparada uma intervenção externa que está preocupando os membros de Seleka", indicou o missionário.
Por sua parte, fontes militares francesas informaram que um navio da Marinha Nacional está navegando para Camarões, levando a bordo reforços para as tropas francesas já posicionadas na Rep. Centro-Africana. Além disso, os membros da ONU declararam sua disposição para apoiar sanções contra os responsáveis por crimes contra a população civil na República Centro-Africana e anunciaram o envio de 40 milhões de dólares a favor da força de paz africana enviada ao país.
"Em Bozoum, a situação está levemente melhor, mas a tensão permanece alta porque se temem ataques das milícias anti-Balaka (que combatem contra os ex-rebeldes Seleka que tomaram o poder em março). Além disso, os homens de Seleka estão muito agitados", acrescenta o missionário. "Estamos nos preparando para os eventos, inclusive intensificando os contatos com os muçulmanos para tentar evitar que não se verifiquem incidentes entre os vários membros da população local", concluiu.