ROMA, 27 de nov de 2013 às 09:56
Inspirados na passagem do Evangelho de São Marcos "O reino de Deus está próximo. Convertei-vos e acreditai na Boa Notícia", os Bispos Católicos da República africana de Sudão do Sul, emitiram uma mensagem pastoral de esperança e ânimo dirigida não só aos cristãos, mas também a toda pessoa de boa vontade no país e na comunidade internacional, ressaltando a importância de velar pela paz e pela liberdade religiosa na nação.
"Sabemos que a paz e a justiça só se pode conseguir com o diálogo e a colaboração", afirmaram os Prelados recordando os ensinamentos da Encíclica Pacem in Terris de 1963, escrita pelo Pontífice e próximo santo para a Igreja, João XXIII, que na primeira parte do documento assinala também os deveres e direitos humanos.
Esta mensagem dos Bispos sudaneses é a conclusão do encontro que eles tiveram na cidade de Juba de 12 a 15 de novembro, onde também refletiram sobre os ensinamentos da primeira Encíclica do Papa Francisco, Lumen Fidei "que nos recorda que não estamos sozinhos, a fé nasce de um encontro".
Os Prelados pedem que se preste atenção "a nossas palavras de advertência e esperança" e também reconheceram com gratidão o trabalho para promover a paz que realizam os clérigos fiéis, religiosos e leigos, "mais ainda com suas orações, sem a qual não pode haver êxito", animando-os a seguirem adiante.
"A paz não virá sem o respeito aos direitos humanos e estes direitos estão baseados nos conceitos da dignidade de cada pessoa humana, criada a imagem e semelhança de Deus", expressaram.
Também assinalam que há muito que celebrar na nova República de Sudão do Sul, e que construir uma nova nação não é tarefa fácil, muitas das pessoas estão vivendo em paz e democracia pela primeira vez em décadas, "existe liberdade religiosa e a capacidade de praticar a fé sem obstáculos com muçulmanos, cristãos e seguidores da religião tradicional africana".
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Entretanto, existe entre os cidadãos uma sensação de que "algo não anda bem" já que existe paz quanto à ausência de uma violência generalizada, mas existe a preocupação pela corrupção e nepotismo que há no governo, "nossos líderes deveriam ser servidores e não patrões que procuram o poder para eles e não para a sua própria comunidade".
Os Bispos agradeceram os esforços da comunidade internacional e das organizações sem fins lucrativos que ajudaram as comunidades locais nas dificuldades durante os dias de guerra. "Sudão do Sul continuará enfrentando desafios, e pediremos ajuda a Deus para sair adiante com esperança".
Também fizeram menção ao sofrimento que padecem as pessoas afetadas pelas inundações causadas pelas fortes chuvas que atingem o país que levou que muitos tenham perdido suas moradias, portanto pedem a Deus que ajude a reconstruir suas vidas.
Da mesma maneira mostraram sua solidariedade com o povo das Filipinas, onde muitos morreram também por inundações. A mensagem abrange entre tantos temas, problemas locais que foram solucionados ou que se está procurando soluções.
A Igreja em Sudão do Sul goza de credibilidade e tem autoridade moral para desempenhar um papel no processo da "reconciliação que vem de Deus e que não se pode realizar sem Deus", portanto a reconciliação de todos é sua missão.