VATICANO, 27 de nov de 2013 às 11:00
Em sua primeira Exortação Apostólica, Evangelii Gaudium (O Gozo do Evangelho), o Papa Francisco assinala que a secularização reduziu a fé e a Igreja a um âmbito privado e íntimo, nega toda transcendência, provoca uma deformação ética, e o enfraquecimento do sentido do pecado pessoal e social, assim como o progressivo aumento do relativismo que desorienta a adolescência e a juventude, por isso é necessário ensinar a pensar criticamente para oferecer um caminho de "amadurecimento nos valores".
Para explicar isto o Santo Padre recorda a reflexão dos Bispos norte-americanos onde assinalam que há aqueles que dizem que a Igreja "insiste" em promover normas morais objetivas que são "injustas" e "opostas aos direitos humanos básicos" criando nas pessoas um "convencionalismo particular" e que a sua vez interfere na liberdade individual.
Este tipo de pensamento, diz o Papa, deve-se à "forma de relativismo moral, que se une consistentemente a uma confiança nos direitos absolutos dos indivíduos".
Na exortação ressalta também que a saturação indiscriminada de informação produz "uma tremenda superficialidade no momento de enquadrar as questões morais".
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Em outra parte do documento menciona que "numa cultura onde cada um pretende ser portador duma verdade subjetiva própria, torna-se difícil que os cidadãos queiram inserir-se num projeto comum que vai além dos benefícios e desejos pessoais", prejudicando não só à Igreja, mas também à vida social.
Além disso, o Papa fala do relativismo que se desenvolve nos agentes pastorais que "aparentemente dispõem de sólidas convicções doutrinais e espirituais", mas seu estilo de vida faz com que se agarrem ao poder, à glória humana, à segurança econômica, "em vez de dar a vida pelos outros na missão".
"Este relativismo prático é agir como se Deus não existisse, decidir como se os pobres não existissem, sonhar como se os outros não existissem", explica em sua exortação.