ROMA, 13 de dez de 2013 às 12:50
O Arcebispo siro católico, Dom Jacques Fendo, titular da eparquia de Hassaké-Nisibi, rechaçou as declarações do bispo greco-ortodoxo Lukas o-Khoury para que os cristãos tomem armas e defendam as igrejas e conventos, pois fazê-lo contraria o mandato evangélico.
Em declarações ao jornal iraquiano Az-Zaman, o bispo o-Khoury disse que “cada cristão jovem capaz de fazê-lo, deve tomar as armas para proteger a Síria, as igrejas e os conventos”, porque diante do que está sucedendo ao povo sírio, “não podemos permanecer de braços cruzados”.
Dom Behnan rechaçou as declarações do prelado ortodoxo porque “como homens de Igreja, não podemos incitar os cristãos a tomar as armas e participar do conflito. Não podemos dizer estas coisas, é uma loucura. Isto vai contra o Evangelho e a doutrina cristã”.
Segundo informou a agência Fides, o Arcebispo siro-católico disse que “na situação em que nos encontramos, cada indivíduo, também cristão, é livre para tomar suas próprias decisões de acordo com sua consciência. Mas a Igreja, como tal, não pode indicar a ninguém o caminho das armas e da violência porque isto contradiz o ensino do Evangelho”.
“Já no ano passado o governo sírio havia me dado 700 rifles ‘Kalashnikovs’ para serem distribuídos entre os cristãos de Hassaké e mil para os de Qamishli, e me neguei a fazê-lo. Somos contra a violência, independentemente de onde venha”, expressou.
O bispo católico assinalou que a trágica situação na Síria e os ataques que os cristãos sofrem podem levar a uma reação desequilibrada.
“Todos estamos sob pressão, e também nos encontramos em angustia pelas Irmãs de Maalula, que foram sequestradas. Mas como pastores devemos consolar nosso povo e reconhecer que alguns pontos firmes devem ser sempre mantidos, seja qual for a situação em que nos encontremos”, reafirmou o Prelado, ao advertir que “com declarações imprudentes corremos o risco de fazer que os cristãos se convertam em artífices da violência”.