LONDRES, 4 de fev de 2014 às 09:41
Quase como uma história de filme, José Salvador Alvarenga, de 37 anos de idade, sobreviveu a um naufrágio durante mais de um ano tomando água de chuva e comendo aves, peixes e tartarugas que caçava com as mãos.
Afirma que não tinha medo de morrer porque seu pensamento estava em Deus e se perdesse a vida, o faria em sua companhia.
No dia 21 de dezembro de 2012, Alvarenga, junto com Ezekiel, seu companheiro de expedição de apenas 15 anos, que morreu aos quatro meses do naufrágio, saíram do México em uma embarcação de sete metros para pescar tubarões. Nesse mesmo dia o motor deixou de funcionar e ficaram à deriva.
Após 13 meses tentando sobreviver, sua embarcação foi arrastada para um recife perto ao atol Ebon nas Ilhas Marshall. O pescador relatou às autoridades do lugar como tinha sido sua travessia antes de ser levado para Majuro, a capital da ilha.
Alvarenga assinalou ao jornal The Telegraph que "não sabia a hora nem o dia, nem a data. Eu só sabia do sol e da noite… nunca vi a terra, só oceano puro e muito calmo, tiveram dois dias de ondas grandes".
Disse também que quando Ezekiel morreu, “durante quatro dias, eu queria suicidar-me” e começou a rezar constantemente ao Senhor: "Eu tinha a minha mente em Deus. Se tivesse que morrer, teria estado em companhia de Deus, por isso não tive medo".
Quando a embarcação foi arrastada para a terra “chorei, Oh Deus bendito”. Pulou do bote e começou a nadar. Chegando a terra não pôde mais e caiu rendido. Quando acordou escutou um galo, galinhas e viu uma casa: “vi duas mulheres nativas gritando e gritando. Eu não tinha nada de roupa, só estava em minha roupa interior e estava destroçada”.
Os habitantes da ilha não podiam entender o que Alvarenga dizia, porque ele só fala espanhol, mas o salvadorenho logo foi capaz de caminhar apesar dos seus tornozelos inchados e manifestou que tinha fome de pão já que seus pais são padeiros em El Salvador.
Ele tem uma filha de 10 anos que mora no seu país natal. Alvarenga trabalhava como pescador de tubarões e camarões no México há 15 anos.
Agora as autoridades locais junto à Embaixada dos Estados Unidos, estão tentando localizar a sua família para repatriá-lo.