Da Praça de São Pedro no Vaticano, o Papa Francisco fez chegar hoje a sua proximidade ao povo da Venezuela, ao transmitir sua preocupação pelos acontecimentos violentos no país como resultado dos protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro e os enfrentamentos que já cobraram a vida de pelo menos 16 pessoas.

O Pontífice fez um urgente chamado à oração, para que cesse imediatamente a violência, e pediu aos responsáveis políticos e institucionais que “não poupem esforços para favorecer a reconciliação nacional, através do perdão mútuo e do diálogo”.

O pedido do Santo Padre está em sintonia com o solicitado pelos bispos venezuelanos que, desde o início das manifestações e da violenta repressão, insistiram a todos os atores que dialoguem para superar o conflito com a verdade em busca da paz.

Nesta quarta-feira em Caracas se realiza uma marcha de mulheres que sai da Conferência Episcopal Venezuelana. Entre as participantes está “a mãe de Génesis Carmona, a estudante de 22 anos e Miss Carabobo que foi assassinada em Valência”.

“Ontem à noite houve saques em Valência e Maracay e em Maracay morreu um rapaz atingido por um disparo nesta madrugada”, disse uma fonte próxima ao grupo ACI que se mantém no anonimato por razões de segurança.

“O país está revirado. Maduro decretou dias não laborais na quinta-feira e na sexta-feira para que as pessoas desfrutem de um carnaval longo. E na quarta-feira completa um ano da morte de Hugo Chávez, por essa razão, neste dia com certeza também não haverá trabalho”, adicionou.

“Maduro saiu em rede nacional cantando e dançando enquanto as mães estão enterrando os seus filhos. Ontem em Táchira morreu outro jovem”, relatou. Estes fatos foram criticados pela população, que rechaçou a atitude de Maduro de festejar em meio aos protestos.

Os estudantes, indicou a fonte, “já têm protestos planejados e mobilizações em todo o país. Não se cansam, estão dando uma mostra admirável de amor pela Pátria e de defender seus direitos”.

O clamor do Papa

O Santo Padre disse hoje que segue “com particular preocupação o que está acontecendo nestes dias na Venezuela. Desejo realmente que cessem, o quanto antes, as violências e a hostilidade, e que todo o povo venezuelano, a partir dos responsáveis políticos e institucionais, se esforcem para favorecer a reconciliação por meio do perdão recíproco e do diálogo sincero, com respeito à verdade e à justiça, capaz de lidar com temas concretos para o bem comum”.

Depois da catequese da audiência geral, o Papa Francisco disse também que “asseguro a minha constante e fervente oração, especialmente por aqueles que perderam a vida nos confrontos e pelos seus familiares, convido todos os crentes a elevar súplicas a Deus, pela intercessão materna de Nossa Senhora de Coromoto, para que o país volte a encontrar logo a paz e a concórdia”.

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