A Santa Sé anunciou hoje que o Papa Francisco aceitou a renúncia de Dom Franz-Peter Tebarts-van Elst como Bispo de Limburg (Alemanha), precisando que a situação atual de sua diocese não lhe permite o pleno exercício de seu ministério e esclareceu que não deixará de ser Prelado, mas receberá em tempo oportuno outro encargo.

O comunicado da Santa Sé assinala que “considerando-se que na Diocese de Limburg chegou-se a determinar uma situação que impede um exercício fecundo do ministério por parte de Dom Franz-Peter Tebartz-van Elst, a Santa Sé aceitou a renúncia apresentada pelo bispo em 20 de outubro de 2013 e nomeou um administrador apostólico sede vacante na pessoa de Dom Manfred Grothe”.

Os questionamentos

O Bispo Franz-Peter Tebarts-van Elst, em outubro do ano passado foi afastado temporariamente do seu ministério episcopal pelo Vaticano enquanto uma comissão estudava as acusações da imprensa alemã de levar um estilo de vida luxuoso.

A Santa Sé assinala em seu comunicado que a decisão de aceitar a renúncia do Bispo aconteceu depois que a Congregação dos Bispos “estudou atentamente o relatório da comissão instituída pelo bispo e pelo capítulo da catedral”, uma investigação que se iniciou em 21 de outubro de 2013 depois de uma reunião entre o Papa e o Prelado.

Entre as acusações da imprensa alemã estão que o Bispo teria aprovado o gasto de mais de 42 milhões de dólares em reformar a sua residência, um gasto dez vezes maior que o estimado inicialmente.

Além disso, a revista alemã Der Spiegel escreveu em junho de 2013 que o desenho da estrutura parecia “um complexo monstruoso de luxo” e que foi construído “de acordo aos desejos de Franz-Peter Tebartz van Elst”.

O bispo também foi criticado por viajar em primeira classe no avião de volta de uma viagem que fez à Índia para visitar uma zona pobre.

Os que defendem o Bispo afirmam que a decisão de construir a milionária residência não foi dele, mas de seu predecessor, o Bispo Franz Kamphaus, e explicam que a passagem de avião de regresso da Índia foi de primeira classe porque a linha aérea a concedeu em virtude das milhas acumuladas por seu vigário geral.

Informou-se também que Dom Tebartz van Elst, de 53 anos de idade, estava “limpando a casa na diocese” depois da polêmica ainda maior que o seu predecessor gerou com Roma por permitir centros católicos que aconselhavam mulheres que queriam abortar para que não sejam acusadas pela lei alemã, sob a qual o aborto é tecnicamente ilegal.

O comunicado da Santa Sé assinala deste modo que “Dom Tebartz van Elst, receberá em tempo oportuno outro encargo”.

O texto conclui indicando que “o Santo Padre pede ao clero e aos fiéis da diocese de Limburg que acolham a decisão da Santa Sé com docilidade e que se empenhem para reencontrar um clima de caridade e reconciliação”.

Em uma conferência realizada hoje em Berlim, o Arcebispo de Munique e Frisinga e membro do Conselho de cardeais criado pelo Papa Francisco para a renovação da Cúria, Cardeal Reinhard Marx, assinalou que “agora é importante para a diocese de Limburg iniciar um bom caminho para o futuro juntos”.

“Eu ajudarei em tudo o que eu possa neste processo, segundo as minhas possibilidades. Para esse propósito necessitamos a vontade de reconciliação, uma nova fé e a força da oração. Espero que assim possamos obter a cura e um novo começo”.

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