Cachoeira Paulista, 1 de abr de 2014 às 18:20
Conhecido autor e apresentador da Rede Canção Nova, Prof. Felipe Aquino, escreveu há poucos dias um artigo ressaltando a importância do Beato José de Anchieta, que será canonizado no próximo mês em Roma, no processo de evangelização do Brasil. Segundo o perito brasileiro “a canonização de José de Anchieta é uma glória para a Igreja e para o Brasil, pois ele gastou aqui a sua vida na evangelização dos índios, identificando-se com eles sem perder sua própria identidade”.
Recordando que o Papa Francisco canonizará junto com outros missionários da Companhia de Jesus este grande apóstolo que chegou ao Brasil com 19 anos, ainda sem ser sacerdote, e que “foi um dos primeiros missionários jesuítas que se estabeleceu na nova terra”, Prof. Aquino ressalta que sua meta era “conquistar almas para Cristo e durante toda sua vida se empenhou nisto”.
“Outro beato, que em breve será canonizado, João Paulo II, disse que “O Brasil precisa de santos, muitos santos”. Pois bem, a canonização de José de Anchieta é uma glória para a Igreja e para o Brasil, pois ele gastou aqui a sua vida na evangelização dos índios, identificando-se com eles sem perder sua própria identidade. Usou toda a sua cultura adquirida na célebre Universidade de Coimbra, além das ciências que adquiriu nas escolas dos padres da Companhia de Jesus. Como mandou Jesus, “deu de graça o que recebeu de graça” e “perdeu a vida para ganhá-la”. Um santo”, destacou Prof. Felipe Aquino.
Falando da atuação do futuro santo, o escritor brasileiro afirma: “Com seus talentos conseguiu com os índios um amplo entendimento. Para eles foi médico, professor, amigo e defensor. Subiu a Serra de Santos e chegou ao Planalto de Piratininga, povoado por milhares de índios que viviam em aldeias distintas. Em 1554, no dia 25 de janeiro, festa da Conversão de São Paulo Apóstolo, Anchieta participou da fundação do colégio da Vila de São Paulo de Piratininga, onde também foi professor. Estava nascendo a cidade de São Paulo. Anchieta construiu um seminário perto do Colégio de Piratininga e nele também deu aulas. Tudo isto em apenas seis meses desde que ele chegara à Terra de Santa Cruz”.
“O Padre Manoel de Nóbrega deu-lhe a missão de decifrar o tupi-guarani. Em apenas seis meses ele conseguiu entender e falar a língua dos índios e, em um ano, criou uma gramática. Foi provincial da Companhia de Jesus entre os anos de 1577 a 1587”.
“Com seu conhecimento, fé e vontade de evangelizar, percorreu a pé, a cavalo, em embarcações, boa parte do país. Ele lançou os fundamentos da catequese e educação dos jesuítas no Brasil e defendeu os índios contra a escravidão. É famoso seu "Poema da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus", escrito originariamente nas areias da praia de Iperoig (hoje Ubatuba/SP)”.
“O trabalho de Anchieta foi decisivo para a implantação do catolicismo no Brasil”, assinala o Prof. Felipe Aquino, que no final de seu artigo destaca a figura modélica do futuro missionário jesuíta, conhecido como o Apóstolo do Brasil: “Sua vida é um alento para a Igreja e para todos nós; é exemplo. Acima de tudo foi sacerdote que cuidou das doenças e feridas das almas, da espiritualidade de todo o povo. (...) Um grande santo brasileiro nascido fora do país. O seu segredo era a fé, pois era um homem todo de Deus. Ser canonizado coroa sua vida de santidade”.