VATICANO, 2 de abr de 2014 às 11:19
Na sua catequese de hoje, ante mais de 45 mil fiéis que se reuniram na Praça de São Pedro para escutá-lo e receber sua bênção, o Papa Francisco alentou a proteger o casal matrimonial, “imagem de Deus”, e a fazer as pazes apesar das brigas conjugais.
O Santo Padre indicou que “é verdade que na vida matrimonial há tantas dificuldades, tantas; seja o trabalho, seja que o dinheiro não basta, seja que as crianças tenham problemas. Tantas dificuldades. E tantas vezes o marido e a mulher se tornam um pouco nervosos e brigam entre si. Brigam, é assim, sempre se briga no matrimônio”.
“Mas também, algumas vezes voam até os pratos. Mas não devemos ficar tristes por isto, a condição humana é assim. E o segredo é que o amor é mais forte que o momento no qual se briga”.
Segundo informou a Rádio Vaticana, Francisco assinalou que “por isto eu aconselho aos esposos sempre: não terminem um dia no qual tenham brigado sem fazer as pazes. Sempre! E para fazer as pazes não é necessário chamar as Nações Unidas, que venham pra casa fazer a paz. É suficiente um pequeno gesto, um carinho, um olá! E amanhã! E amanhã se começa uma outra vez. E esta é a vida, levá-la adiante assim, levá-la adiante com a coragem de querer vivê-la juntos. E isto é grande, é belo!”.
O Papa destacou também que “a verdadeira ligação é sempre com o Senhor. Quando a família reza, a ligação se mantém. Quando o esposo reza pela esposa e a esposa reza pelo esposo, aquela ligação se torna forte; um reza pelo outro”.
“Hoje concluímos o ciclo de catequeses sobre os sacramentos falando do matrimônio. Este sacramento nos conduz ao coração do desígnio de Deus, que é um desígnio de aliança com o seu povo, com todos nós, um desígnio de comunhão”.
Recordando o relato da criação do homem e da mulher no Gênesis, o Santo Padre destacou que “a imagem de Deus é o casal matrimonial: o homem e a mulher; não somente o homem, não somente a mulher, mas todos os dois”.
Francisco destacou que “fomos criados para amar, como reflexo de Deus e do seu amor. E na união conjugal, o homem e a mulher realizam esta vocação no sinal da reciprocidade e da comunhão de vida plena e definitiva”.
“Quando um homem e uma mulher celebram o sacramento do matrimônio, Deus, por assim dizer, reflete-se neles, imprime neles seus próprios traços e o caráter indelével do seu amor. O matrimônio é o ícone do amor de Deus por nós”.
Francisco indicou que “também Deus, de fato, é comunhão: as três Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo vivem desde sempre e para sempre em perfeita unidade. E é justamente esse o mistério do matrimônio: Deus faz dois esposos uma só existência”.
“A Bíblia usa uma expressão forte e diz ‘uma única carne’, tão íntima é a união entre o homem e a mulher no matrimônio. E é justamente esse o mistério do matrimônio: o amor de Deus que se reflete no casal que decide viver junto. Por isto, o homem deixa a sua casa, a casa dos seus pais e vai viver com sua esposa e se une tão fortemente a ela que os dois se tornam – diz a Bíblia – uma só carne”.
“Sabemos bem quantas dificuldades e provações conhecem a vida de dois esposos… O importante é manter viva a ligação com Deus, que está na base da ligação conjugal”.
“É algo belíssimo a vida matrimonial e devemos protegê-la sempre, proteger os filhos”.
O Santo Padre assinalou que “outras vezes eu disse nesta Praça uma coisa que ajuda tanto a vida matrimonial. São três palavras que devem ser ditas sempre, três palavras que devem estar em casa: com licença, obrigado e desculpa. As três palavras mágicas. ‘Com licença’: para não ser invasivo na vida dos cônjuges. Com licença, mas o que te parece? Com licença, permito-me”.
“’Obrigado’: agradecer o cônjuge; agradecer por aquilo que fez por mim, agradecer por isto. Aquela beleza de agradecer!”.
“E como todos nós erramos – continuou o papa - aquela outra palavra que é um pouco difícil de dizê-la, mas é preciso dizê-la: ‘desculpa’. Com licença, obrigado e desculpa. Com estas três palavras, com a oração do esposo pela esposa e vice-versa, com fazer as pazes sempre antes que termine o dia, o matrimônio seguirá adiante”.
“As três palavras mágicas, a oração e fazer as pazes sempre. Que o Senhor vos abençoe e rezem por mim”, concluiu.