San Sebastián, 15 de mai de 2014 às 15:56
O Bispo de San Sebastián (Espanha), Dom José Ignacio Munilla, indica no livro 'Aborto Zero' (Stella Maris) - do qual é co-autor junto com outros 22 especialistas- que espera que as futuras gerações do século XXII se sintam escandalizadas pelos abortos praticados nos séculos XX e XXI, assim como vemos atualmente os duelos de honra do século XVIII como algo "irracional" e "inadmissível".
"Nos nossos dias, felizmente, a sociedade julga que esse era um comportamento irracional e inadmissível. Confiamos em que chegado o século XXII, as próximas gerações se sintam escandalizadas ao verem como no século XX e XXI, em plena revolução tecnológica, os nascituros eram sacrificados", precisa.
Além disso, destaca que "uma sociedade que reivindica o aborto e a eutanásia como parte dos direitos humanos, está encaminhada a um processo de suicídio espiritual, além de corporal" e destaca que, "paradoxalmente, aqueles que hoje reivindicam o suposto direito a abortar, nasceram!" e que "se suas mães tivessem abortado, eles agora nem sequer poderiam fazer com que escutem a sua voz".
Assim, alega que não se trata de "um valor exclusivamente religioso, mas um valor básico para a convivência, que faz parte da base ética comum e compartilhada, necessária para construir uma sociedade justa".
Munilla assegura que erra quem pensa que a raiz principal do aborto é de tipo ideológico, já que o problema principal "é o vazio existencial ao qual conduziu o materialismo".
"Arrastamos um sem-fim de feridas afetivas, fruto da crua experiência do egoísmo do próximo, da fragilidade do amor humano, das rupturas familiares, das depressões e ansiedades, da falta de domínio de si mesmo", aponta.
Assim, constata que a sociedade está "imersa em uma crise tão aguda do pensamento filosófico, ético e antropológico -em boa medida por influxo da ideologia do gênero, embora não exclusivamente- que bem se poderia dizer que o Ocidente sofre um eclipse da razão".
Nesta linha, assinala que existem os chamados "pecados de época", para os quais há uma cegueira coletiva muito estendida, "como é o caso de aborto na atualidade".