BUENOS AIRES, 4 de jun de 2014 às 10:12
O Bispo de São Francisco (Argentina), Dom Sergio Osvaldo Buenanueva, compartilhou uma reflexão sobre os divorciados que voltaram a casar, na qual recordou que a Igreja não condena estas pessoas, mas as ama e busca acompanha-las em sua situação concreta.
Dom Buenanueva afirmou que a Igreja convida os divorciados à fé e à conversão, à esperança e à oração, a viver intensamente o amor de Cristo. Assegurou que a Igreja sofre e chora com esta ruptura, que nunca é um passo querido nem vivido com frieza: “Deixa feridas que também são feridas do corpo da Igreja”, precisou.
O Bispo reconheceu que a Igreja não deixa de assinalar a gravidade destas rupturas: “Faz isso pela consciência forte do que significa o sacramento do matrimônio, porque os esposos cristãos são sinal do amor indissolúvel de Cristo pela Igreja. Entre essa união indissolúvel e o sacramento da unidade se dá um vínculo de reciprocidade: o matrimônio leva à Eucaristia, e a Eucaristia ao matrimônio”.
“Essa é a beleza do Evangelho do amor humano e da família –acrescentou- que a Igreja não deixará nunca de pregar àqueles que sentem o chamado ao matrimônio. Ainda mais quando a cultura ambiente e a legislação civil vão na direção contrária”.
O Prelado reconheceu que no caso de um cristão que se divorcia, gera-se um sofrimento maior ao psicológico, que “toca o mais profundo de sua pessoa como crente e de sua resposta a Deus”.
Dom Buenanueva também insistiu na importância de que os batizados em nova união participem da celebração eucarística, apesar de não poder comungar sacramentalmente. Afirmou que a Sagrada Eucaristia é valiosa e significativa, capaz de obrar milagres no coração de quem celebra com fé o sacrifício pascal de Jesus, e afirmou que a questão de se podem ou não comungar é uma redução da pastoral familiar.
“A pastoral familiar tem aqui desafios de longo alcance. A Igreja vai continuar buscando os caminhos adequados para acompanhar os separados em nova união. Mas a sua ação pastoral procura, sobretudo, que se viva em profundidade, com perseverança e alegria a boa notícia do matrimônio segundo o Evangelho”.
O Bispo também lamentou que a palavra “matrimônio” comece a significar coisas diferentes na legislação civil, na cultura e na fé católica. Assegurou que o desafio de fundo para a Igreja é ajudar os batizados, especialmente os mais jovens, a preparar um projeto de vida matrimonial e familiar que tenha futuro.
“O caminho sinodal está aberto. O Espírito está alentando o caminhar da Igreja, despertando nela o desejo de ser fiel, sobretudo, ao intuito do Criador sobre o homem e a mulher e ao Evangelho, em meio deste mundo, mais necessitado que nunca da luz de Cristo”, concluiu.