Roma, 16 de jun de 2014 às 12:02
Neste domingo, 15 o Santo Padre visitou a Comunidade de Santo Egídio, no bairro Trastevere, em Roma, para encontrar imigrantes – incluindo alguns desembarcados em Lampedusa - refugiados e pobres auxiliados pela comunidade. Acompanhado pelo Cardeal Vallini, Vigário para a Diocese de Roma, saudou e deu muito atenção aos milhares de presentes, incluindo uma senhora de 90 anos que o emocionou com seu testemunho de vida e alguns refugiados vindos de locais como a Síria, onde a guerra civil se perpetua.
Segundo o site oficial de informações do Vaticano, o Papa chegou à Basílica de Santa Maria do Trastevere, onde, antes de ser saudado pelo fundador da Santo Egídio, Andrea Riccardi, o Santo Padre deteve-se por alguns instantes em oração diante de um ícone de Nossa Senhora.
Após, o Arcebispo Sírio Ortodoxo de Damasco, Jean Kawak, dirigiu algumas palavras ao Santo Padre onde repassou o drama vivido na Síria, “país mergulhado numa grande e longa noite” e onde o povo “é prisioneiro do mal”, recordando os Bispos, sacerdotes e leigos sequestrados. Mas os cristãos – afirmou - “são um povo de fé e da esperança” e a oração “desenha um horizonte diferente, de esperança e salvação”.
“Entre vocês se confunde quem ajuda e quem é ajudado. Quem é o protagonista? Todos os dois, ou melhor, o abraço”, foi a resposta de Francisco aos testemunhos destes amigos da Comunidade de Santo Egídio, uma das novas comunidades eclesiais surgidas após o Concílio Vaticano II e cujo carisma envolve o cuidado dos pobres e dos mais frágeis.
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Um dos testemunhos que fez o Papa se emocionar no encontro foi o da Sra. Irma Lombardo. Apoiada em sua bengala, com 90 anos de idade, Dona Irma falou em nome dos idosos e disse que sua vida ganhou um novo sentido nos últimos 20 anos. Sozinha e já com filhos, netos e bisnetos crescidos, a solidão vivida por ela transformou-se em solidariedade. Ela faz companhia aos idosos como voluntária da comunidade e utiliza seu tempo para conversar e ouvir os relatos de pessoas que vivem angustiadas com a vida.
“Uma senhora me disse certa vez que já se sentia um estorvo, que não tinha mais nada a fazer neste mundo,” afirmou ela. Referindo-se a necessidade da irmos à cultura do encontro, como pede o Papa Francisco e agradeceu ao Pontífice pelo seu afeto para com os mais idosos e pelos inúmeros discursos que ele tem feito em defesa deles. “Infelizmente, é dominante a cultura do descarte. Mas a idade da velhice não é a idade do descarte,” disse ela.
O Papa Francisco disse que “pelos pobres e pelos idosos se começa a mudar a sociedade. Jesus diz o mesmo: a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular, também os povos são de qualquer forma a pedra angular para a construção da sociedade. Hoje, infelizmente, uma economia especulativa faz aumentar ainda mais os pobres, privando-os do essencial como a casa e o trabalho. Isto é inaceitável. E quem vive a solidariedade não aceita isso e age,” concluiu o Santo Padre.
Ao deixar a Basílica de Santa Maria em Trastevere, o Papa Francisco foi à sede da Comunidade de Santo Egídio, onde encontrou os responsáveis pela comunidade, alguns bispos, sacerdotes e seminaristas, doentes e outros grupos de pessoas envolvidas com a comunidade.