SANTIAGO, 20 de jun de 2014 às 12:40
O Secretário Geral da Conferência Episcopal Chilena (CECh), Dom Ignacio Ducasse, expressou seu desejo de que a copa do mundo de futebol seja uma oportunidade para recordar que a pessoa –incluindo o jogador de futebol-, vale por sua dignidade humana e não por sua condição física ou pelo valor do seu passe.
Em um artigo publicado no site Iglesia.cl, o Prelado destacou os valores que o esporte promove, assim como os benefícios econômicos que traz para as pessoas que trabalham ao redor dos espetáculos esportivos.
“Muitos pensam que ir ao futebol em família é coisa do passado. Explicam que a violência espantou a família dos estádios e que a tecnologia nos leva o espetáculo esportivo à comodidade do lar. Entretanto, o público não diminui e são numerosas as indústrias que se beneficiam com o futebol, desde a indústria dos mega-patrocinadores globais, passando pelas grandes redes de televisão, até os vendedores de comida e os que cuidam dos automóveis no estacionamento”, afirmou.
Do mesmo modo, recordou que “na competência futebolística se aprende a trabalhar em equipe e a promover o respeito, que cada um pode desdobrar com seus melhores talentos. Quantas vezes o futebol foi capaz de silenciar metralhadoras e superar barreiras políticas, econômicas, idiomáticas e culturais!”.
“O futebol ensina a sermos leais, coerentes e consequentes com a palavra empenhada, capazes de nos levantar com esperança para voltar para a luta cotidiana”.
Entretanto, “também no esporte o egoísmo humano pode sujar até a mais sadia e nobre das ilusões. Quanto talento juvenil termina enrolado nas usureiras redes de tráfico de talentos. Quantas vezes a competência se suja com limites extremos e violentos”.
Por isso, expressou seu desejo de que a copa do mundo de futebol seja “uma boa oportunidade para recordar que os seres humanos valem por sua dignidade de pessoas, não por sua condição muscular nem pelo valor de seu passe. E que os verdadeiros triunfos na vida se conquistam a custa de esforços coletivos e não isentos de sofrimento. A vida não se resolve nos pênaltis”.