Roma, 27 de jun de 2014 às 13:40
"Vou deixa-lo nas mãos de Deus", expressou nesta sexta-feira Meriam Ibrahim momentos antes de entrar com seu marido e seus filhos, Maya, recém-nascida, e Martin, de 21 meses, à embaixada dos Estados Unidos no Sudão para pedir refúgio.
Assim o confirmou seu marido Daniel Wani, cidadão norte-americano, à rede CNN nesta sexta-feira.
Meriam, 27 anos, foi condenada à morte depois de ser acusada de renunciar ao Islã por três pessoas que fraudulentamente asseguraram ser seus irmãos e sua mãe. A jovem assegura ser cristã e ter sido criada como tal por sua verdadeira e falecida mãe, após ter sido abandonada pelo seu pai muçulmano quando tinha apenas 6 anos.
As autoridades islâmicas a condenaram também a 100 chicotadas pelo crime de adultério, pois seu casamento com Daniel Wani não é reconhecido como tal pela lei muçulmana.
Depois de ser advertida por um religioso muçulmano sobre o perigo para sua vida e depois de ter-lhe oferecido voltar para o Islã, Meriam assegurou que "sou cristã e continuarei sendo cristã"..
Após vários meses na prisão, o Tribunal de Apelações de Jartum no Sudão cancelou na segunda-feira passada a condenação à morte e ordenou a sua libertação imediata. Entretanto, foi presa novamente junto com a sua família na terça-feira quando se encontravam no aeroporto, acusada de ter falsificado os documentos com os quais iam sair do país.
Devido à nacionalidade norte-americana do marido, o Departamento de Estado dos Estados Unidos interveio no caso. Finalmente Meriam foi libertada sob fiança.
Em declarações à BBC e CNN quando ia para a embaixada, Ibrahim não deu detalhes específicos quando foi perguntada sobre o seu futuro. “Vou deixa-lo nas mãos de Deus”, disse. “Nem sequer tive a oportunidade de ver a minha família quando saí da prisão”.