MADRI, 15 de jul de 2014 às 14:00
O Arcebispo de Madri (Espanha), Cardeal Antonio María Rouco Varela, encerrou o primeiro Congresso Internacional Beneditino. Em sua intervenção falou sobre a implicação dos últimos pontífices na evangelização da Europa, sobretudo, no trabalho “imenso” em escritos e ações de João Paulo II.
O congresso aconteceu de 11 a 13 de julho no Valle de los Caídos, (Madri) e tratou o tema do legado dos beneditinos na construção da Europa.
Nesse marco, apresentadores de universidades nacionais e estrangeiras refletiram sobre este tema que conforme adiantou o abade do mosteiro do Valle de los Caídos Anselmo Álvarez Navarrete, uma das entidades organizadoras junto à Fundação Foro São Bento da Europa, esta atividade acadêmica “poderá ter continuidade nos próximos anos”.
Com o titulo “A Igreja na Europa no início do terceiro milênio”, o cardeal Rouco recordou o “Europa, seja você mesma” de João Paulo II para sustentar a nova evangelização do continente.
O Cardeal se perguntava “o que teria sido da Europa se não tivesse existido” João Paulo II que considerou o panorama atual, “onde se agravou a secularização começada nos anos 70”.
O Arcebispo de Madri também falou sobre a crise familiar que vive a Europa, o envelhecimento da população pela queda da natalidade, como outros “fatores preocupantes”.
Também falou sobre o “triunfo da ditadura do relativismo” e da “cultura imanentista” que excluem a Deus da ordem jurídica, da política e das manifestações artísticas.
Nesse sentido, o Cardeal assegurou que sente falta de criadores cristãos em disciplinas como a literatura e a ciência, mas também nos bancos, nas multinacionais, nos grandes encontros musicais.
Como aspectos positivos atuais, destacou a União Europeia, o desenvolvimento político social dos Estados, a interconexão entre os cidadãos europeus e a transmissão do conhecimento.
Valorizou também o trabalho dos últimos Papas na hora de mover à evangelização do continente e na aplicação do Concílio Vaticano II. Com suas diferenças e complementariedades, recordou os escritos, encíclicas, convocatórias das jornadas mundiais da juventude por parte de João Paulo II, a grande contribuição intelectual de Bento XVI e a insistência de Francisco para recordar as carências materiais e espirituais atuais, “com uma expressividade –disse- que não tinha visto antes em documentos vaticanos”.
Melchor Sánchez de Toca, responsável pelo Pontifício Conselho para a Cultura destacou a conveniência de nossa época, porque “estes tempos são os que Deus nos deu para amar os homens e para os que estão chamados a captar a semente de verdade que há em cada cultura”.
Dom Sánchez de Toca se referiu ao apetite consumista das novas potências econômicas, como a China, Índia, Brasil, México; analisou o ressentimento dos países islâmicos, “que não se sentem nem queridos nem aceitos e que culpam o Ocidente de seus males”, que trocam o seu mal-estar por lutas internas e terrorismo; e a existência do que o Papa Francisco denomina como os “países descartados” que vivem sua pobreza sem encontrar ajuda para sua melhora.