ROMA, 8 de set de 2014 às 13:16
O Papa Francisco recebeu recentemente Sala do Sínodo do Vaticano os participantes da “Jornada pela Rede Mundial de Escolas para o Encontro”, com quem compartilhou uma história de sua infância.
“Uma vez na quarta série, faltei com respeito uma professora e a ela mandou chamar a minha mãe. Minha mãe veio e eu fiquei na sala de aula, a professora saiu, e depois me chamaram. Minha Mãe esteve muito tranquila e eu temia o pior. Ela me disse: ‘Você fez isto e disse isso à professora?’. Disse ‘Sim´. ´Peça perdão agora mesmo’. E me fez pedir perdão à professora diante dela. Eu fiquei feliz! Foi fácil! A segunda parte da história foi quando cheguei em casa…”, narrou o Papa Francisco.
A partir desta lembrança, o Papa Francisco explicou que é preciso disciplina para educar as crianças e denunciou que hoje em dia, em muitas escolas da Argentina e outras partes do mundo, se “uma professora puser uma observação no caderno do menino, no dia seguinte o pai ou a mãe denunciam a professora”.
“Quebrou-se o pacto educativo!”, exclamou. O Papa Francisco explicou que no âmbito familiar e educativo precisamos recuperar os laços e trabalhar unidos. “Não podemos deixar as crianças sozinhas, não podemos deixá-las na rua, nem desprotegidas, à mercê de um mundo em que prevalece o culto ao dinheiro, à violência e ao descarte”.
“Repito isto várias vezes –continuou o Santo Padre-, mas evidentemente se instalou a cultura do descarte. O que não serve se joga fora. Descarta-se as crianças porque não são educadas ou não são desejados. Os níveis de natalidade de algumas nações desenvolvidas são alarmantes, sem contar que são descartados também os idosos”, lamentou.
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“O verdadeiro, bom e belo são vistos em sua justa harmonia. Se as crianças não forem educadas nisto, resta somente o caminho da delinquência e dos vícios”, disse.
O Papa compartilhou com os participantes um provérbio africano: ‘Para educar um filho é preciso de uma aldeia’. “Eu os animo a que sigam trabalhando para a criar esta aldeia humana, cada vez mais humana, que ofereça às crianças um presente de paz e um futuro de esperança”.
“Em vocês vejo nestes instantes o rosto de tantas crianças e jovens que levo no coração porque sei que são material de descarte, e pelos quais vale a pena trabalhar sem descanso”.
O Papa Francisco pediu que se trabalhe por estes jovens e que sejam criadas mais organizações e redes que construam pontes e fortifiquem laços para oferecer um futuro aos jovens: “Também os vínculos entre vocês devem prevalecer para não dar lugar às brigas internas, não é verdade?”
O Papa instou que estas organizações sejam levadas como “uma iniciativa a qual cada um renuncie aos desejos de mandar e faça crescer a vontade de servir”.