MEXICO D.F., 11 de set de 2014 às 10:14
A terapeuta Bertina Morales, do Instituto para a Reabilitação da Mulher e da Família (IRMA), assinalou que o sofrimento como consequência de um aborto não é um problema exclusivo da mulher, mas também afeta os homens a nível físico, emocional e psicológico.
Em declarações ao Sistema Informativo da Arquidiocese do México (SIAME), Bertina Morales recordou que os “efeitos secundários” do aborto para os homens “muitas vezes para toda a vida, refletem-se em sentimento de culpa, depressão, frustração e um estado de vazio interior”.
“Em geral, não costumam falá-lo, nem sequer com as suas próprias companheiras, por temor que possa interpretar-se como um sinal de debilidade, mas sofrem em silêncio”, disse.
Os homens, explicou Morales, reagem de maneira diferente das mulheres frente a um aborto. Enquanto alguns se opõem de maneira violenta, outros se opõem, mas não tomam medidas fortes para impedi-lo.
Em outros casos, continuou a psicóloga, os homens pretendem ser neutros, deixando a decisão para a mulher; há homens que pressionam a mulher a abortar, e outros que só ficam sabendo quando o aborto já foi realizado.
Todas estas circunstâncias, disse a perita, serão determinantes nos efeitos posteriores.
O SIAME recolhe o testemunho de Sergio, um homem que confundido e com medo, apesar de sua fé, apoiou a sua companheira para que se submetesse a um aborto no Sistema de Saúde do México D.F., onde é legal.
Esse foi o início de um doloroso caminho, submetido à culpa, solidão e arrependimento.
“Para meu querido anjinho: Lucía, sei que está em um bom lugar e nesse lugar está Deus. Ele vai cuidar de você até que eu possa voltar a ver-te, enquanto isso, cuide-se e comporte-se bem. Logo estarei contigo”, escreveu Sergio ao seu bebê em uma carta.
Depois do aborto, recordou Sergio, “perdi a autoestima, a confiança em mim, já não queria fazer nada. Foi um inferno”.
“Eu não estava bem nem comigo nem com Deus, foi quando decidi procurar ajuda e assim cheguei a IRMA, onde me ajudaram a encontrar o caminho do perdão e a valorizar a vida”.
Uma parte importante da sua cura, recordou Sergio, ocorreu durante uma Hora Santa, frente a Jesus Sacramentado. Foi lá que pediu perdão a sua filha por tê-la abortado.
Sergio entregou a sua filha a Deus e colocou-lhe o nome de Lucía, pois gostaria de ter tido uma menina.
Sergio alentou os homens que sofrem hoje as consequências de um aborto, e lhes assegurou que “vale a pena chorar para tirar a dor que trazem dentro”.
“Procurem ajuda, porque é algo que carcome e não deixa viver em paz, e que pode afetar as relações de casal, família e espiritualmente”, alentou.
IRMA ajuda para a reconciliação de pessoas que abortaram, e presta ajuda em casos de gravidezes em crise para prevenir decisões erradas.
Para conhecer mais sobre o trabalho que realiza o Instituto para a Reabilitação da Mulher e a Família (IRMA), ingresse em: www.irma.org.mx.