Na edição mais recente do Festival Halleluya, realizada neste fim de semana no Rio de Janeiro, Moysés Azevedo, fundador da Comunidade Shalom, responsável pela organização do festival, afirmou em entrevista a ACI Digital que a Igreja em todo o mundo se regozija e sofre com todos os seus membros, e neste momento em concreto todos nós católicos devemos unir-nos de alguma forma ao sofrimento humano nos países onde há discriminação ou perseguição religiosa como no caso da Terra Santa e do Iraque.

Falando em entrevista a ACI Digital, Moysés destacou que “quando vivemos nesta comunhão em Cristo que é a Igreja, nós vivemos e compartilhamos as dores de todos aqueles discípulos de Jesus Cristo espalhados no resto da Terra. E nós aqui no Brasil temos uma alegria muito grande que é, tendo recebido o dom da fé, pode livremente testemunhá-la”.

O fundador da Comunidade Shalom, a qual recentemente recebeu a aprovação definitiva de seus estatutos por parte da Santa Sé, explicou que graças a esta liberdade a comunidade espalhada em vários países se volta para a Evangelização dos jovens encorajando-os no discipulado e na ação missionária, recordando que o festival Halleluya também tem uma edição na Terra Santa.

“Na Galiléia, em Nazaré, realizamos um momento especialmente voltado para os jovens, para a Evangelização dos jovens. Nós estamos presentes em tantos lugares do Brasil e no mundo e compartilhamos a alegria de evangelizar assim como os sofrimentos e as dores de todos os discípulos de Cristo e toda a humanidade. Em particular neste tempo vemos tantos irmãos e irmãs, leigos, religiosos e sacerdotes, vivendo o grande desafio de viver a fé onde essa liberdade religiosa não pode ser expressada, e aonde muitas vezes para testemunhar a fé em Jesus Cristo, o risco de perder a própria vida se apresenta. Nós vivemos um tempo de martírio, que, segundo dizem muitos historiadores, talvez ainda mais feroz que nos primórdios da Igreja”, disse.

Azevedo ponderou também que nem sempre este martírio é o martírio de sangue, mas aquele que a Igreja conhece como o “martírio branco”, o desafio diário de viver a fé em Jesus Cristo, nestes países onde a liberdade religiosa não pode ser praticada. “Nós que estamos no Brasil, nós católicos brasileiros, não podemos viver indiferentes aos cristãos que sofrem. Nós devemos nos unir a eles. E isso nós fazemos vivendo uma vida de testemunho, pois isto é o que faz o mártir, ele testemunha a fé em Cristo até o ponto do derramamento do seu próprio sangue”, afirmou a ACI Digital.

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Nas palavras do leigo consagrado brasileiro, a oração é outra forma de nos unirmos a estes irmãos que estão longe e sofrem por causa do ódio à fé cristã. “Na oração sustentamos estes irmãos e nos unimos a eles, em situações tão desafiantes e hostis, através da nossa fé. A dor deles é compartilhada por nós, em nossos corações, por amor a Jesus Cristo. Assim não somos indiferentes”.

Além da oração e como é dever de todo cristão colaborar constantemente com o sustento material destes irmãos, Moysés Azevedo destaca ainda uma outra forma que os cristãos do Ocidente podem ajudar: sendo missionários. Nestes pouco mais de 30 anos de existência a comunidade já conta com cerca de 3 mil missionários espalhados pelos cinco continentes.

“Chega a hora, aqui, de partilhar de graça o que de graça recebemos. É preciso enviar missionários! Seja em lugares de uma ‘perseguição branca’, como é o caso da Europa, mas também para estes locais onde nossos irmãos sofrem para apoiar os nossos irmãos e manter viva a presença da Igreja nestes lugares. Nós temos esta experiência de atender a necessidade que a Igreja tem de missionários. Estamos presentes no norte da África e também na Terra Santa, aonde nos unimos à Igreja local que reza e que padece, mas que ao mesmo tempo mantém viva a chama da fé”.

“Pela Missão pela Oração e pela partilha nos unimos aos nossos irmãos que sofrem em todo o mundo dando testemunho de que Jesus Cristo está vivo e que Ele é o sentido e a razão da nossa existência”´, concluiu o fundador.