VATICANO, 29 de set de 2014 às 11:19
O Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, interveio no debate sobre o terrorismo que aconteceu na quarta-feira passada, 24 de setembro, no Conselho de Segurança da ONU sobre as “Ameaças à paz e à segurança causadas pelo terrorismo internacional”.
Antes de começar, o Cardeal felicitou os Estados Unidos pela Presidência do Conselho de Segurança e aplaudiu a oportuna convocatória ao debate “em um momento no qual todas as regiões do mundo enfrentam os efeitos desumanos do terrorismo”.
O Cardeal disse que “não é um fenômeno que afeta somente alguns povos, religiões e regiões, mas é um crime que afeta a toda a comunidade internacional. O uso constante, e em algumas regiões cada vez mais intenso, do terrorismo nos recorda que esse desafio comum requer um compromisso compartilhado por todas as nações e todas as pessoas de boa vontade”.
O Cardeal disse que a cooperação internacional deve abordar as causas fundamentais das quais se alimenta o terrorismo internacional para crescer, entre elas destaca-se o forte componente sociocultural.
“Os jovens que vão para o exterior para unir-se às organizações terroristas frequentemente procedem de famílias de emigrantes pobres, desiludidos por aquilo que sentem como uma situação de exclusão e falta de valores de algumas sociedades opulentas”.
“Junto com as ferramentas legais e com os recursos para impedir que os cidadãos se convertam em combatentes terroristas estrangeiros –prosseguiu– os governos devem comprometer-se com a sociedade civil para enfrentar os problemas das comunidades com maior risco de recrutamento e de radicalização e conseguir a sua integração social serena e satisfatória”.
“A Santa Sé –que é um sujeito internacional que representa também a uma comunidade de fé mundial– afirma que as pessoas de fé têm a grande responsabilidade de condenar aquelas que buscam separar a fé da razão e instrumentalizar a fé como justificativa para a violência”.
Para concluir, o Cardeal Parolin disse que “ao mesmo tempo, entretanto, deve-se levar em consideração que para colocar fim ao novo fenômeno do terrorismo, o objetivo é conseguir o entendimento cultural entre os povos e países, e que a justiça social é essencial para todos”.