VATICANO, 2 de out de 2014 às 13:15
Os anjos da guarda existem, não são uma doutrina fantasiosa, mas companheiros que Deus colocou ao lado do homem no caminho da vida. Foi o que o Papa Francisco disse na sua homilia da missa matutina celebrada na capela da Casa Santa Marta, no dia em que a Igreja celebra a memória dos Santos Anjos da Guarda.
Conforme assinala a Rádio Vaticano, o Pontífice destacou que as leituras do dia apresentam duas imagens: o anjo e o menino. E disse que Deus colocou um anjo ao nosso lado para nos proteger. Por isso afirmou que “se alguém aqui acredita que pode caminhar sozinho, engana-se muito, cai no erro da soberba, acredita ser grande e autossuficiente”.
Jesus, explicou o Papa, ensinou os apóstolos a serem como crianças. “Os discípulos discutiam para ver quem era o maior entre eles: havia uma disputa interna… o desejo de fazer carreira, né! Estes que são os primeiros bispos tinham essa tentação de fazer carreira. ‘Eu quero chegar a ser maior que você…’”.
O que os primeiros bispos faziam não é um bom exemplo, mas é a realidade. E Jesus lhes ensina a verdadeira atitude, a das crianças: “a docilidade, a necessidade do conselho, a necessidade da ajuda, porque a criança é, precisamente, o sinal da necessidade de ajuda, de docilidade para ir para frente… Este é o caminho. Não quem é maior”.
Os que se aproximam da atitude de uma criança estão “mais perto da contemplação do Pai”, disse o Papa Francisco, porque escutam com o coração aberto e dócil ao anjo da guarda.
“Todos nós, segundo a tradição da Igreja, temos um anjo conosco, que nos guarda, nos faz ouvir as coisas. Quantas vezes ouvimos ‘Deveria fazer isso, assim não, tenho que ficar atento...’ Muitas vezes! É a voz do nosso companheiro de viagem. Temos que nos assegurar que ele nos levará até o fim de nossa vida com seus conselhos, temos que dar ouvidos à sua voz, não nos rebelar, pois a rebelião, o desejo de ser independente, todos nós temos isso: é a soberba, a que teve nosso pai Adão no Paraíso terrestre: a mesma. Não se rebele: siga os seus conselhos”.
“Ninguém caminha sozinho e nenhum de nós pode pensar que está só” porque temos sempre “este companheiro”, disse o Papa.
“E quando nós não queremos ouvir seus conselhos, dizemos ‘vai embora’! Expulsar o companheiro de caminho é perigoso, porque nenhum homem ou mulher pode aconselhar a si mesmo. Eu posso aconselhar aos outros, mas não posso aconselhar a mim mesmo. O Espírito Santo me aconselha, o anjo me aconselha. Por isso temos necessidade. A doutrina sobre os anjos não é fantasiosa, é uma realidade. O que Jesus, o que Deus, disse: ‘Eu mando um anjo diante de ti para guardar-te, para te acompanhar no caminho, para que não erres’”.
Para concluir, o Santo Padre questionou “Hoje eu pergunto: como está minha relação com o meu anjo da guarda? Eu o escuto? Digo-lhe ‘bom dia’, lhe peço para velar meu sono, falo com ele? Peço conselhos? O anjo está ao meu lado! Podemos responder essa pergunta hoje, cada um de nós: Como é minha relação com este anjo que o Senhor enviou para me proteger e me acompanhar no caminho, e que vê sempre o rosto do Pai que está nos céus?”.