ROMA, 2 de out de 2014 às 10:20
Um namoro atormentado pode acabar em maltrato durante a vida matrimonial. Luca Pasquale, membro do Pontifício instituto João Paulo II de Roma para os estudos sobre o matrimônio e a família, compartilhou com o Grupo ACI alguns pontos chaves para detectar os sintomas de um namoro que fará mal à vida matrimonial.
Conforme explica Pasquale, autor de várias publicações dedicadas ao cuidado familiar, o maltrato afeta todas as classes sociais, idades, cidades pequenas e grandes metrópoles e não tem relação com a profissão ou sucessos alcançados.
Pasquale assinala que durante o namoro qualquer ato de violência é inaceitável, não deve ser tolerado, e deve ser denunciado imediatamente tanto durante o namoro como no matrimônio. “A frase ‘estava nervoso’ não é uma desculpa para levantar a mão”, destaca.
“Se a pessoa que temos ao lado demonstra com as suas palavras e com o seu comportamento, que não tem nenhuma estima por nós, significa que as coisas não estão bem. Menosprezar uma pessoa e coloca-la em condições de submissão, como impedir que tenha um trabalho, amizades, criticá-la e ridicularizá-la, são outras formas sutis de violência que prejudicam o casal”, acrescenta.
Para Pasquale, que também é especialista em família do Centro para a Pastoral Familiar da Diocese de Roma, outro exemplo de sinais negativos no namoro é que o companheiro minta sistematicamente, oculte algo ou esconda parte de sua vida. “Se isso acontecer, então deveríamos nos preocupar, porque no casal isso não deveria acontecer”, adiciona.
“Não é um bom sinal que tenham vergonha daquilo que está no próprio celular: mensagens, ligações, fotos… a vida, sonhos, desejos, contatos, relações pessoais de cada um dos dois devem ser transparentes”.
O especialista afirma que para que o relacionamento seja algo saudável, o respeito pela pessoa deve estar na base da relação: “amor, sacrifício de um pelo outro, compartilhar a vida, os projetos da vida...”.
Se não houver respeito pela pessoa, diz Pasquale, o casal está em risco de converter-se em algo como “um objeto para os outros, e neste caso, não teria nenhuma diferença em ter uma menina linda ou um telefone bom ou um carro bom”, lamenta.
Por último Pasquale recorda que os valores que a Igreja promove são fundamentais para todos na hora de alcançar um namoro saudável que dê lugar a um matrimônio e uma família unidos.
“Sem dúvida, na educação estão diminuindo os valores de referência que devem guiar uma relação. Um valor é um pilar nas escolhas: precisamos partir pelo menos de um ponto de referência. A fé cristã indica os valores que podem ser aplicados a todos: cristãos ou não cristãos”, conclui.