VATICANO, 8 de out de 2014 às 15:57
O Sínodo Extraordinário sobre a Família destacou hoje, na sua quinta congregação, a “contribuição insubstituível” que os fiéis leigos realizam na evangelização da família, de forma particular os jovens, os movimentos eclesiais e as novas comunidades.
Conforme informou hoje a Sala de Imprensa da Santa Sé, os Bispos destacaram que “os jovens, os movimentos eclesiais e as novas comunidades desempenham um serviço de importância vital, realizando uma missão profética e contracorrente na época atual”.
“Escutar os leigos e acreditar mais neles é, portanto, essencial, porque é neles e com eles, onde a Igreja pode encontrar respostas aos problemas das famílias”.
O Sínodo dialogou hoje sobre a Igreja no Oriente Médio e na África do Norte, zonas que “vivem em contextos políticos, econômicos e religiosos difíceis que têm graves repercussões nas famílias”.
Nestes lugares “onde as leis impedem, de fato, a reunificação familiar e a pobreza conduz à migração, onde há fundamentalismo religioso e os cristãos não têm os mesmos direitos que os cidadãos muçulmanos, com frequência ocorrem problemas difíceis para as famílias que surgem dos matrimônios mistos”.
Os bispos assinalaram que o desafio da Igreja nestes casos “é entender que tipo de catequese oferecer às crianças nascidas dessas uniões e como responder à incógnita dos católicos que, unidos em um matrimônio misto, querem continuar praticando a sua fé”.
Estes casais, indicaram, “não podem ser deixados de lado e a Igreja deve continuar ocupando-se deles”.
“Um desafio posterior é o dos cristãos que se convertem ao Islã para casar-se. Também, neste caso, é necessária uma adequada reflexão”.
O Sínodo indicou que também existem casos nos quais “se um católico que tiver contraído matrimônio canônico não consegue obter a declaração de nulidade, passa para outra confissão cristã, e se casa de novo em uma igreja que o permita. Em qualquer caso, e sem prejuízo do patrimônio comum da fé, destacou-se a necessidade de tomar o caminho da misericórdia para as situações difíceis”.
Sobre os divorciados em nova união, os bispos assinalaram que “o sínodo deverá ocupar-se certamente deles em seu percurso, com a prudência que requerem as grandes causas, mas também conjugando a objetividade da verdade com a misericórdia pela pessoa e seu sofrimento”.
Os bispos reiteraram o compromisso da Santa Sé por fazer escutar sua voz “em defesa da família em todos os níveis - internacional, nacional e regional - com o objetivo de ressaltar sua dignidade e de chamar a atenção sobre seus direitos e deveres, assinalando sempre, como afirmava Bento XVI, que seus ‘não’ são, na realidade, os ‘sim’ à vida”.
“A Igreja deve combater o silêncio das famílias na educação e na religião porque não há lugar para a vacilação. É necessário um compromisso mais forte no testemunho do Evangelho e sempre é necessária a criatividade na pastoral”.
Os Prelados também abordaram o problema da precariedade trabalhista e do desemprego, destacando que “a angústia pela falta de um trabalho seguro cria dificuldade nas famílias, assim como a pobreza econômica, que frequentemente faz com que seja impossível ter uma casa”.
É necessário, destacaram, “insistir em que o dinheiro deve servir e não governar”.
Perto do final da congregação, os bispos reiteraram “a necessidade de uma maior preparação para o matrimônio, prestando também uma atenção específica à educação afetiva e sexual, para fomentar uma verdadeira mística familiar da sexualidade”.
Recordaram também a importância da “contribuição dos avós na transmissão da fé na família”.
Os Padres Sinodais destacaram a necessidade “de que o núcleo familiar acolha, com solidariedade, cuidado e ternura as pessoas da terceira idade. A mesma importância deve dar-se aos doentes, para acabar com essa ‘cultura do descarte’, da qual nos alerta com frequência o Papa Francisco”.