VATICANO, 8 de out de 2014 às 00:56
O Sínodo dos Bispos enviará “uma mensagem de animo e estima para as famílias no Iraque, ameaçadas de extermínio pelo fanatismo islâmico e obrigadas a fugir para não renunciar a sua fé”.
O anúncio foi feito nesta terça-feira pela Santa Sé ao informar sobre o desenvolvimento da Segunda Congregação Geral do Sínodo da Família realizada na tarde de segunda-feira.
A mensagem nasceu de uma proposta apresentada durante a hora da discussão livre. “A proposta foi submetida a votação e aprovada pela maioria”, informou o Vaticano.
Desde a aparição do grupo extremista Estado Islâmico (ISIS), centenas de milhares de famílias -cristãs e de outras minorias- deixaram as suas casas no Iraque e na Síria para não serem assassinadas; provocando um êxodo de aproximadamente 5,2 milhões de pessoas, das quais mais de 900.000 são crianças.
Do mesmo modo, atualmente muitas famílias já não conseguem encontrar refúgio no Curdistão iraquiano, onde se alojam 850.000 desabrigados. Isto, junto à proximidade do inverno, está gerando preocupação nos refugiados e nos organismos de ajuda.
No que se refere aos cristãos, no último dia 9 de setembro durante o Encontro Internacional de Religiões, o Patriarca católico caldeu, Dom Louis Sako, denunciou que “mais de 120.000 cristãos iraquianos tiveram que abandonar suas casas e seus povoados, enquanto que todos os seus pertences, coisas pessoais e documentos eram objeto de saque por aqueles que ocuparam as suas casas. E isso tudo acontece por uma única razão: Por serem cristãos! Com a fuga dos cristãos, Iraque perde uma parte insubstituível de sua sociedade; uma velha e genuína tradição está em perigo!".
Por isso, em uma posterior conversação com a Rádio Vaticano, o Prelado chamou as Nações Unidas a cumprir com a sua obrigação de emitir um mandato que detenha o avanço e as atrocidades que comete o Estado Islâmico sobre as populações que foi conquistando.
Por sua parte, a terceira congregação geral do Sínodo Extraordinário dos Bispos anunciou que o Consistório ordinário, convocado pelo Papa Francisco para o dia 20 de outubro, estará dedicado à situação no Oriente Médio.